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EMPRESAS
Siderúrgica tenta se livrar da herança de dívidas
Açominas ainda
busca privatização
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Privatizada em 93, a Siderúrgica
Açominas (Aço Minas Gerais S/A)
ainda não conseguiu experimentar
o êxito da administração privada,
como aconteceu com as demais
empresas do setor que saíram das
mãos do Estado a partir de 91 (veja
quadro ao lado).
O problema, segundo a atual diretoria da Açominas, deveu-se à
má gestão da Mendes Júnior, que
arrematou 31% da Açominas na
época da privatização.
A empresa, que ficou à frente da
Açominas por 14 meses, teria deixado uma dívida de US$ 370 milhões, decorrente de empréstimo e
de compra de aço da Açominas para a Mendes Júnior.
O diretor de Relações com o
Mercado da Açominas, Omar de
Oliveira Fantoni, disse, por intermédio de sua assessoria, que a dívida deixada pela Mendes afetou o
desempenho da empresa.
A Agência Folha não conseguiu
localizar a diretoria da Mendes Júnior. Por meio de sua assessoria de
imprensa, a empresa admitiu que
tem dívida com a Açominas da ordem de US$ 400 milhões, metade
do valor estimado pela Açominas.
O crédito junto a Mendes Júnior,
que no ano passado chegava a US$
808 milhões, com correção, segundo cálculos da Açominas, impediu
que a empresa saldasse os compromissos, provocando acúmulo
de dívida com o mercado da ordem de US$ 900 milhões.
Em novembro de 1994, a diretoria da Mendes Júnior foi afastada
da direção da Açominas, reduzindo sua participação acionária para
17%. Os 17% da Mendes Júnior estão hoje em poder dos bancos
BCN, BMC, Real e Multiplic, que
também têm créditos à receber
junto à Mendes.
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