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CVM quer norma de conduta para jornalistas
DA SUCURSAL DO RIO
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu ontem discussão pública para a revisão
das regras sobre a atuação dos
analistas de investimentos, na
qual sugere também padrões
de conduta para jornalistas especializados no setor. A comissão espera o envio de comentários e contra-argumentações
dos envolvidos com o mercado
de ações até 17 de setembro.
A CVM sugere que os jornalistas especializados devem tomar "as devidas precauções no
sentido de poderem demonstrar, em eventual investigação
sobre a prática de ilícitos no
mercado de capitais, o caráter
razoável das recomendações
efetuadas".
A autarquia diz ainda que os
jornalistas especializados devem deixar claro no material
que produzem "o que são fatos
e o que são interpretações, estimativas ou opiniões"; e que
uses "fontes fidedignas ou,
quando houver dúvida sobre a
fidedignidade, deixar clara esta dúvida" no resultado da sua
apuração profissional.
Segundo a CVM, sua proposta é "dar tratamento explícito à
situação de jornalistas da mídia especializada, que, no exercício de suas atividades, formulem comentários sobre investimentos em valores mobiliários, criando um "safe harbor" (porto seguro) para tais
profissionais".
"A minuta pretende estabelecer um ponto de equilíbrio
entre os benefícios inegáveis
que podem ser produzidos com
a atuação profissional de jornalistas especializados em
mercado de capitais, que se
constitui em uma ferramenta
de esclarecimento e democratização de informações principalmente ao investidor de varejo, e a grande capacidade de
influência e condicionamento
que podem exercer sobre o
mercado de capitais", afirma
em nota publicado em seu sítio
na internet.
A CVM é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil e tem poderes para
disciplinar, normalizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado de valores mobiliários. Seu poder de
normalizar abrange todas as
matérias referentes a esse
mercado.
A CVM tem uma nova presidente, Maria Helena Santana,
empossada em 16 de julho e nos
últimos meses investiga casos
rumorosos de uso de informações privilegiadas em negociações como a compra da Suzano
Petroquímica pela Petrobras.
A norma proposta pela autarquia prevê, entre outros
pontos, a existência de três tipos de analistas: os autônomos; os ligados a bancos, corretoras, ou gestores, cujas análises são disponibilizadas a terceiros; e aqueles com vínculo
exclusivo com uma instituição
do sistema de distribuição e cujas análises só podem ser usadas pelo contratante.
Outra classificação que a
proposta de regra traz são os diferentes tipos de registro de
analista, que poderá ser classificado como sênior, pleno ou
júnior.
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