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CONSUMO
Com queda dos juros, varejo começa a reduzir perdas em julho, diz IBGE
Vendas do comércio iniciam reação
JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas do comércio varejista
começaram a dar sinais de resposta ao corte na taxa básica de
juros, iniciado em junho, segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Apesar de ainda registrarem índices negativos -em julho as
vendas caíram 4,36% ante o mesmo mês de 2002, a oitava queda
consecutiva nesse tipo de comparação-, setores como o de móveis e de eletrodomésticos estão
reduzindo suas perdas.
Dentro do segmento, cujas vendas haviam recuado 10,70% em
maio e 4,87% em junho, a taxa
caiu apenas 1,01% em julho.
"Mesmo que a queda dos juros
ainda seja tímida, cria a expectativa de custo menor nos financiamentos ao consumidor", diz o
economista Nilo Macedo, da
Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
O mesmo não ocorre com bens
mais caros e com prazos maiores
de financiamento. É o caso do setor automobilístico, cujas vendas
caíram 10,90% em julho, depois
de recuarem 4,48% no mês anterior. "Nesse caso, os índices estão
mais relacionados à recuperação
do emprego e da renda", diz Macedo.
As vendas do segmento de hipermercados e supermercados,
bebidas, produtos alimentícios e
fumo continuaram em trajetória
de queda. Mas o resultado em julho (menos 5,46%) foi um pouco
melhor do que o do mês anterior
(queda de 8,61%).
"Houve um processo muito rápido de perda do poder de compra com a alta da inflação até o final de 2002, Agora, esse poder
volta a ter fôlego, ainda que curto,
com a estabilização dos preços",
analisa o técnico do IBGE.
Além do setor automotivo, outros segmentos que ampliaram a
queda nas vendas foram combustíveis e lubrificantes (-2,43%), tecidos, vestuário e calçados
(-6,20%) e demais artigos de uso
pessoal e doméstico (-3,83%).
Faturamento sobe
Apesar do cenário desfavorável,
a receita nominal do comércio aumentou. Em julho, o faturamento
ficou 14,14% maior. A inflação do
comércio em 12 meses chega a
19,3%, segundo o IBGE, pouco
acima da inflação para o consumidor pelo IPCA, de 15,43%.
Esse movimento vem se repetindo ao longo do ano. Segundo
Macedo, trata-se do repasse de
preços de fornecedores e, em casos mais raros, de tentativa de recomposição de margem de lucro.
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