UOL


São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONSUMO

Com queda dos juros, varejo começa a reduzir perdas em julho, diz IBGE

Vendas do comércio iniciam reação

JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

As vendas do comércio varejista começaram a dar sinais de resposta ao corte na taxa básica de juros, iniciado em junho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar de ainda registrarem índices negativos -em julho as vendas caíram 4,36% ante o mesmo mês de 2002, a oitava queda consecutiva nesse tipo de comparação-, setores como o de móveis e de eletrodomésticos estão reduzindo suas perdas.
Dentro do segmento, cujas vendas haviam recuado 10,70% em maio e 4,87% em junho, a taxa caiu apenas 1,01% em julho. "Mesmo que a queda dos juros ainda seja tímida, cria a expectativa de custo menor nos financiamentos ao consumidor", diz o economista Nilo Macedo, da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
O mesmo não ocorre com bens mais caros e com prazos maiores de financiamento. É o caso do setor automobilístico, cujas vendas caíram 10,90% em julho, depois de recuarem 4,48% no mês anterior. "Nesse caso, os índices estão mais relacionados à recuperação do emprego e da renda", diz Macedo.
As vendas do segmento de hipermercados e supermercados, bebidas, produtos alimentícios e fumo continuaram em trajetória de queda. Mas o resultado em julho (menos 5,46%) foi um pouco melhor do que o do mês anterior (queda de 8,61%).
"Houve um processo muito rápido de perda do poder de compra com a alta da inflação até o final de 2002, Agora, esse poder volta a ter fôlego, ainda que curto, com a estabilização dos preços", analisa o técnico do IBGE.
Além do setor automotivo, outros segmentos que ampliaram a queda nas vendas foram combustíveis e lubrificantes (-2,43%), tecidos, vestuário e calçados (-6,20%) e demais artigos de uso pessoal e doméstico (-3,83%).

Faturamento sobe
Apesar do cenário desfavorável, a receita nominal do comércio aumentou. Em julho, o faturamento ficou 14,14% maior. A inflação do comércio em 12 meses chega a 19,3%, segundo o IBGE, pouco acima da inflação para o consumidor pelo IPCA, de 15,43%.
Esse movimento vem se repetindo ao longo do ano. Segundo Macedo, trata-se do repasse de preços de fornecedores e, em casos mais raros, de tentativa de recomposição de margem de lucro.


Texto Anterior: Opinião econômica: Amada terra do Brasil
Próximo Texto: Acordo: País tem de se impor no FMI, diz vice
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.