|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TENSÃO PRÉ-COPOM
Mercado aposta em cortes maiores nas próximas reuniões
Bancos projetam menos de 18% de juros no fim do ano
FABRICIO VIEIRA
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa básica de juros da economia estará entre 17% e 18% no fim
do ano. Isso é o que mostram as
apostas das instituições financeiras projetadas nas taxas futuras de
juros dos contratos negociados na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros).
No início do ano, quando a inflação estava muito forte, as projeções do mercado futuro apontavam juros em torno dos 28% no
fim de dezembro. É que o principal expediente do governo para
conter a escalada dos preços era a
elevação dos juros básicos.
Como a inflação foi perdendo
fôlego -os principais indicadores de preços chegaram a registrar
deflação no meio do ano-, o BC
(Banco Central) afrouxou sua política monetária, e os juros começaram a cair. Com isso, a expectativa dos bancos para as taxas no
fim de 2003 vem sendo reduzida
mês a mês.
Ontem , o contrato DI, que considera as operações entre os bancos, com prazo de vencimento em
janeiro, encerrou o pregão a
18,77% anuais. Essa taxa nunca
foi tão baixa. Cerca de um ponto
percentual dessa taxa representa
o custo para os bancos ficarem
com o contrato até o vencimento.
Há cerca de um mês, pouco antes de o Copom (Comitê de Política Monetária) decidir fazer um
corte mais agressivo da taxa básica, que caiu de 24,5% para 22%, a
taxa do contrato de janeiro projetava taxa de 21,22%.
O mercado aposta agressivamente em cortes mais altos da taxa Selic no curto prazo. Pelas contas de Carlos Cintra, gerente de
renda fixa do Banco Prosper, na
média, os juros futuros de outubro indicam expectativa de redução de 2,23 pontos percentuais da
Selic nesta reunião do Copom
-o Banco Central, porém, não
faz cortes tão picados.
Mas há instituições financeiras
que trabalham com a expectativa
de redução de até três pontos percentuais da taxa de juros no encontro que acaba amanhã.
Segundo analistas, o movimento dos juros futuros revela que o
mercado espera cortes maiores
nesta e na próxima reunião e, depois, reduções mais moderadas
até o início do ano que vem.
"O governo está preocupado
com a retomada do crescimento
econômico e a inflação está sob
controle. Tudo indica, portanto,
que os cortes maiores acontecerão agora", diz Cintra, para quem
a taxa de juros deverá ter redução
de até 2,5 pontos amanhã.
Focus
As projeções do mercado computadas pelo boletim Focus do BC
também indicam aposta de juros
decrescentes. A última pesquisa
divulgada ontem pela autoridade
monetária mostra que os bancos
ouvidos esperam, na média, taxa
Selic de 20,3% neste mês. Há quatro semanas, a aposta era de Selic
em 22% para setembro.
Texto Anterior: Luís Nassif: A lógica do "default" Próximo Texto: Analistas sugerem renda fixa e ações Índice
|