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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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Para Lessa, grupos brasileiros não querem a empresa

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem que tentou insistentemente achar uma empresa brasileira interessada em investir no frigorífico Chapecó, de Santa Catarina, que corre o risco de quebrar por causa de suas dívidas.
"Pedi exaustivamente, implorando quase que de joelhos para que empresários se apresentassem. Só se apresentou esse grupo [o francês Dreyfus]. Santa Catarina inteira está traumatizada com a perspectiva de destruição da Chapecó. Uma das regiões mais prósperas do Brasil passaria a ser uma região de fome", afirmou.
Caso se concretize a operação de venda do frigorífico catarinense para a empresa Coinbra, do grupo Dreyfus, o BNDES perdoará 96,8% dos créditos de aproximadamente R$ 560 milhões que tem com a Chapecó e perderá a participação de 29,65% no capital da empresa.
A proposta do grupo francês prevê o pagamento de apenas 3,2% do total das dívidas do frigorífico, que somam pouco menos de R$ 1 bilhão. Pela sua parte, o BNDES receberá aproximadamente R$ 16 milhões.

Estimativas
Em seminário no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lessa classificou como conservadora a projeção de crescimento da economia feita pelo Ministério do Planejamento para os próximos três anos.
"O Ministério do Planejamento projetou para o próximo ano um crescimento de 3,5% [do PIB], de 4% para o ano seguinte e de 4,5% para o outro ano. É uma previsão, na minha avaliação, conservadora. Temos que voltar a pensar neste país crescendo, pelo menos, 5% ao ano.
Para que o país volte a crescer, Lessa destacou a importância do investimento em infra-estrutura, defendendo que isso represente 6% ou 7% do PIB.


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