São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 2002

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Metalúrgico da Força pode parar por reajuste

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Metalúrgicos da Força Sindical ameaçam iniciar uma onda de paralisações para pressionar os empresários a negociar até o final deste mês a reposição da inflação para 700 mil trabalhadores do Estado de São Paulo.
A decisão foi anunciada ontem após o setor de autopeças desmarcar a segunda rodada de negociação prevista para amanhã. O encontro foi adiado porque os empresários querem avaliar o impacto no setor do aumento dos juros de 18% para 21%.
Enquanto o Sindipeças (sindicato das indústrias de autopeças) faz assembléia hoje para discutir sua proposta de reajuste à categoria, 49 sindicatos da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo (Força) definem amanhã um calendário de paralisações, caso o acordo salarial não seja fechado até 1º novembro -data-base dos metalúrgicos.
"A campanha salarial já foi prejudicada pelas eleições. Para piorar, o governo subiu os juros. Se não houver pressão, não sai reposição", disse Eleno Bezerra, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Dos 700 mil metalúrgicos paulistas que a Força representa, cerca de 160 mil estão nas indústrias de autopeças.
"Fomos pegos de surpresa com o aumento dos juros. Precisamos fazer uma análise mais detalhada da situação, porque renovar o acordo salarial significa arcar com vários ônus. Cada 10% de reajuste custa, em encargos, o dobro", disse Dráusio Rangel, negociador patronal do setor de autopeças.
Entre as reivindicações da Força estão reajuste de 15%, redução da jornada e piso por profissão para diminuir a rotatividade e o rebaixamento nos salários.
As negociações salariais com a CUT, entretanto, não foram desmarcadas, segundo informou Adi dos Santos, presidente da FEM (Federação Estadual dos Metalúrgicos). A entidade representa 250 mil metalúrgicos em São Paulo, sendo 60 mil nas autopeças. A CUT quer mudança da data-base para setembro, para se desvincular das negociações com a Força, e reposição integral da inflação.


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