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Metalúrgico da Força pode parar por reajuste
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Metalúrgicos da Força Sindical
ameaçam iniciar uma onda de paralisações para pressionar os empresários a negociar até o final
deste mês a reposição da inflação
para 700 mil trabalhadores do Estado de São Paulo.
A decisão foi anunciada ontem
após o setor de autopeças desmarcar a segunda rodada de negociação prevista para amanhã. O
encontro foi adiado porque os
empresários querem avaliar o impacto no setor do aumento dos juros de 18% para 21%.
Enquanto o Sindipeças (sindicato das indústrias de autopeças)
faz assembléia hoje para discutir
sua proposta de reajuste à categoria, 49 sindicatos da Federação
dos Metalúrgicos do Estado de
São Paulo (Força) definem amanhã um calendário de paralisações, caso o acordo salarial não
seja fechado até 1º novembro
-data-base dos metalúrgicos.
"A campanha salarial já foi prejudicada pelas eleições. Para piorar, o governo subiu os juros. Se
não houver pressão, não sai reposição", disse Eleno Bezerra, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Dos 700 mil metalúrgicos paulistas que a Força representa, cerca de 160 mil estão nas indústrias
de autopeças.
"Fomos pegos de surpresa com
o aumento dos juros. Precisamos
fazer uma análise mais detalhada
da situação, porque renovar o
acordo salarial significa arcar com
vários ônus. Cada 10% de reajuste
custa, em encargos, o dobro", disse Dráusio Rangel, negociador
patronal do setor de autopeças.
Entre as reivindicações da Força
estão reajuste de 15%, redução da
jornada e piso por profissão para
diminuir a rotatividade e o rebaixamento nos salários.
As negociações salariais com a
CUT, entretanto, não foram desmarcadas, segundo informou Adi
dos Santos, presidente da FEM
(Federação Estadual dos Metalúrgicos). A entidade representa 250
mil metalúrgicos em São Paulo,
sendo 60 mil nas autopeças. A
CUT quer mudança da data-base
para setembro, para se desvincular das negociações com a Força, e
reposição integral da inflação.
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