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Déficit da Previdência supera R$ 10 bi no ano
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As contas da Previdência Social
fecharam setembro com resultado negativo de R$ 1,410 bilhão, o
que representa um aumento de
27% em relação ao mesmo período de 2001. No ano, o déficit já está acumulado em R$ 10,8 bilhões.
Na comparação com janeiro-setembro do ano passado, o aumento registrado neste ano foi de 42%.
Em termos reais -descontada a
inflação do período pelo INPC
(Índice Nacional de Preços ao
Consumidor)-, o crescimento
do déficit acumulado foi de 30%.
O déficit de setembro foi o segundo pior do ano, só ficando
atrás do de julho (R$ 1,444 bilhão). Em relação a agosto, houve
piora nas contas da Previdência, e
o déficit cresceu 7,5%.
O ministro José Cechin (Previdência) disse à Folha que o aumento do déficit em setembro na
comparação com a agosto se deve
a uma pequena queda na arrecadação (0,9%) e a um ligeiro aumento nas despesas com pagamento de benefícios (0,7%).
As receitas da Previdência somaram R$ 5,744 bilhões no mês
passado, enquanto as despesas
com pagamento de aposentadorias, pensões, entre outros benefícios, chegaram a R$ 7,167 bilhões.
Mesmo com a previsão de analistas de uma acentuada desaceleração na economia neste último
trimestre do ano, ele acha que não
deverá haver impacto na arrecadação da Previdência.
Quanto maior o crescimento da
economia, mais empregos formais são gerados, e a Previdência
arrecada mais. Quando a atividade econômica mostra comportamento inverso, a receita do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) também cai.
Na avaliação de Cechin, o principal motivo para o aumento do
déficit da Previdência neste ano
foi o que ele chamou de "efeito
greve". No início do segundo semestre de 2001, os servidores do
INSS entraram em greve.
A paralisação fez com que a
concessão de vários benefícios
fosse represada. Embora a greve
tenha sido suspensa antes do final
do ano, o fluxo na concessão de
aposentadorias e pensões ficou
comprometido.
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