São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 2002

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ÚLTIMOS CARTUCHOS

Rentabilidade dos renda fixa prefixada pode cair com a alta da taxa básica promovida pelo Copom

Poupança e fundo DI ganham com juro alto

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores da caderneta de poupança e dos fundos DI devem ganhar alguns trocados a mais com a alta da taxa básica de juros, a Selic, promovida na segunda-feira pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Já quem tem aplicações em fundos de renda fixa prefixada pode ficar com a cota do fundo negativa por um dia e passar a ter rendimento menor.
Segundo o consultor financeiro Fábio Colombo, um fundo que tenha 100% da carteira em títulos prefixados com vencimento em janeiro pode ter perda de 0,33% ao mês e chegar em janeiro de 2003 acumulando prejuízo de cerca de 1%.
Os fundos de renda fixa carregam títulos que pagam juros prefixados que acompanham as taxas do mercado futuro de juros. Com o aumento da Selic, essas taxas subiram e os papéis dos fundos, que embutiam juros menores, perderam valor. Como o gestor do fundo contabiliza os papéis da carteira diariamente pelo seu valor de mercado, quanto mais o juro oscila para cima, mais o fundo perde.
Segundo Renato Ramos, diretor de renda fixa do HSBC Brain, a maior parte dos fundos de renda fixa do mercado está com "posições curtas", isto é, tem títulos que vencem em três meses, no máximo, o que limita as perdas dos cotistas. "Raramente os gestores ficam com fundos expostos a juros prefixados de longo prazo, pois, quanto mais longo é o vencimento do título, maior é o risco em um cenário de incerteza."
Apesar das perdas da renda fixa com a alta dos juros, os analistas não recomendam aos investidores mudar de posição. "O cenário é de muita incerteza, e o mercado às vezes exagera; os juros futuros podem recuar de repente e melhorar o rendimento desses fundos", acrescenta Ramos.
Já o gerente de renda fixa do CSFB, Glauco Cavalcanti, diz que, "como ninguém sabe o que o BC vai fazer daqui para a frente, o melhor é manter o dinheiro em fundos DI de curto prazo".


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