|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empréstimos bancários devem se retrair mais
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda no volume de crédito
concedido pelos bancos, sentida
pela primeira vez no ano em agosto, deve se acentuar após as últimas medidas tomadas pelo BC.
O aumento da alíquota do compulsório -dinheiro que os bancos são obrigados a recolher no
Banco Central- na semana passada já tinha força suficiente para
retrair ainda mais o crédito, na
avaliação de economistas e analistas de mercado. Com a decisão de
aumentar os juros básicos de 18%
para 21% anuais na segunda-feira,
o cenário tende a piorar.
"O aperto nas linhas de crédito
concedidas pelo mercado tanto
para pessoa física quanto jurídica
vai se acentuar. Os juros ficarão
mais caros, a inadimplência tem
tudo para aumentar e o volume
emprestado pelas instituições financeiras vai cair ainda mais",
afirma Fernando Coelho, analista
da ABM Consulting.
Por um cálculo feito pelo analista, a cada ponto percentual que a
taxa básica de juros sobe, o volume de crédito concedido recua
cerca de 0,85 ponto percentual.
Em agosto, segundo os últimos
dados disponíveis do BC, o montante de crédito concedido pelos
bancos para pessoa física e jurídica ficou em R$ 208 bilhões, contra
R$ 213 bilhões registrados no mês
anterior.
Além de o volume de crédito ter
caído em agosto, os juros registraram uma pequena elevação. Na
média, os juros ficaram em 62,9%
ao ano. Em junho, a taxa média
foi de 59,6% anuais. A alta no custo médio dos empréstimos veio
mesmo com a Selic (taxa básica de
juros) recuando de 18,5% para
18% ao ano em julho.
"O crédito vai ficar ainda mais
caro. Isso é muito negativo para a
economia, que deve parar de vez",
afirma Coelho.
No mercado internacional, a situação do crédito destinado a empresas no Brasil não é diferente.
Além de escassas, as linhas disponíveis seguem com altos custos.
Texto Anterior: Consumidor já paga mais caro por crédito Próximo Texto: Opinião econômica: Plano 2020: ataque e defesa Índice
|