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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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VEÍCULOS

Honda e Toyota aumentam as vendas no país e já roubam o espaço das quatro grandes; francesas emperram

Novatas, japonesas ganham mercado

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um ano no qual a indústria automobilística terá que suportar uma queda de até 10% no mercado interno, duas marcas japonesas começam a sobressair entre as "newcomers" -as montadoras que instalaram fábricas no país na virada dos anos 90 para os 2000.
A Honda, amparada em um novo modelo (o segundo em produção no Brasil), e a Toyota, com uma nova versão de um modelo que existe no Japão desde a década de 60, devem fechar 2003 com expansão de pelo menos um ponto em sua participação no mercado. O desempenho das duas deverá tomar a contramão de novatas como Renault, Citroën e Peugeot, que flertam terminar o ano estagnadas em relação a 2002.
Com linha de montagem de carros no Brasil desde 1997, a Honda acumulou no ano passado vendas internas de 20.930 unidades. O que representava 1,7% do 1,225 milhão de unidades comercializadas -esse levantamento considera apenas automóveis (ou seja, não estão incluídos comerciais leves). Os 17.499 carros vendidos pela Toyota equivaleram a 1,42% do total do mercado em 2002.
De janeiro até outubro último, a Honda comercializou 24.178 automóveis -ou 2,62% do universo de 919.363 unidades (não considerados os comerciais leves). A Toyota viu sua participação, por esse levantamento, aumentar para 3,17% -foram 29.209 unidades vendidas em dez meses. As líderes, GM e Fiat, responderam por, respectivamente, 25,9% e 25% do total de carros vendidos.
"Uma década atrás, somando-se automóveis e comerciais leves, não havia mais que uma centena de modelos e versões. Hoje, são 300. É natural que se intensifique o processo de pulverização", diz o consultor José Eduardo Favaretto. "As novas montadoras investiram na ampliação de rede de concessionárias e começam a colher resultados."
O consultor ressalva que as vendas da Honda foram impulsionadas a partir de abril, depois da entrada no mercado de um modelo médio da montadora (Fit). Naquele mês, venderam-se 44 unidades. Em outubro, foram 2.414. De acordo com Kazuo Nozawa, diretor-executivo da Honda, a marca deve fechar o ano com 32 mil unidades vendidas (somados os dois modelos) -aumento de 57% em relação a 2002.
Em 2002, as vendas internas somaram 1,511 milhão de unidades (desse total, 1,295 milhão foi de automóveis de passageiros e 215,1 mil, de comerciais leves). De janeiro a outubro, as vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 8,6% em relação ao ano passado, segundo a Anfavea.
Não menos ambiciosa é a meta da Toyota: até 2010, obter 10% do mercado. "Para aumentar nossa participação, teremos que apresentar novos produtos", diz Longino Morawski, gerente-geral de vendas da Toyota Mercosul.
Entre as demais novatas, a francesa Renault acumula no ano participação média de 4,5% nas vendas internas -nos dez primeiros meses de 2002, a participação média no mercado fora de 4,96%. As marcas do grupo Peugeot/Citroën detiveram, de janeiro a outubro, média de 4,67% das vendas de automóveis. No ano passado, estavam com 5,3% -sem considerar os comerciais leves.
Entre as quatro grandes, a disputa pelo primeiro posto envolve GM e Fiat: até setembro, pelas vendas gerais, a GM tinha 24,2% de participação contra os 24,5% da Fiat. A Volks, que em 1999, dominava mais de 30% do mercado, não superava 22%. Com a Ford, ocorreu o inverso: deixou os 7% de 2001 para cerca de 11%.


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