|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HORA DO AJUSTE
Sindicalistas dizem que pedirão aumento maior e antecipação da data do reajuste do salário mínimo
Frustradas, centrais pressionarão Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As centrais sindicais prometem
pressionar o Congresso Nacional
na tentativa de garantir um aumento maior que o anunciado pelo governo para o salário mínimo
no próximo ano. Elas também
pretendem negociar uma antecipação da data do reajuste.
"Nós estamos bastante frustrados com relação ao salário mínimo. Viemos para cá dispostos a
aceitar R$ 300 em janeiro e não
em maio", declarou o líder da
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho, após reunião
com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva em que o reajuste foi
anunciado.
Durante o encontro, cerca de
mil sindicalistas se aglomeravam
em frente ao Palácio do Planalto.
Eles chegaram a Brasília depois de
três dias de marcha em defesa de
um aumento digno para o mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e um aumento
para o funcionalismo público federal. A marcha foi organizada
por seis centrais sindicais.
"Isso [aumento para R$ 300] já é
uma conquista da marcha, mas
para nós ainda é insuficiente. Portanto, nós vamos pressionar o
Congresso para aumentar esse valor", disse o presidente da CUT
(Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho. Tanto ele
quanto Paulinho usavam bermuda e tênis na audiência com o presidente.
Na reunião, Lula comparou o
aumento do salário mínimo às
negociações que as próprias centrais fazem ao discutir o reajustes
salariais de seus funcionários.
"Quando vocês negociam salário,
vocês não prometem reajustes
que não tenham sustentabilidade", disse o presidente, segundo
relato de participantes da reunião.
Lula ganhou um boné de representantes da CGT (Confederação
Geral dos Trabalhadores) durante
o encontro e brincou com a CUT:
"Marinho, você devia ter me dado
um primeiro". A CUT é o braço
sindical do PT.
Para os ministros que participaram da reunião de ontem, os sindicalistas pediram que o aumento
para R$ 300 fosse antecipado para
março. Outro pedido foi um aumento para R$ 310 em maio.
"Mas eles disseram que não", afirmou Paulinho.
Congresso
Na avaliação de Paulinho, o
Congresso deverá ceder aos apelos dos trabalhadores, pois em
2006 haverá eleições. "A gente fica
com a impressão de que é fácil arrumar dinheiro aqui para banqueiro, para grandes empresários, mas para o trabalhador é
muito difícil", concluiu.
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse que o Legislativo é soberano para alterar a proposta do governo. "Mas essa é
uma conta que tem impactos cruzados. Se houver um aumento
maior, precisará haver cortes em
outros tipos de despesas", disse.
(JS)
Texto Anterior: Hora do ajuste: Alta tem impacto negativo e positivo Próximo Texto: Novo mínimo divide opiniões de parlamentares Índice
|