|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Municípios vêem risco às contas
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Para o presidente da CNM
(Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski
(PMDB), o aumento de 15,38% no
salário mínimo irá comprometer
o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal por parte das
prefeituras e desequilibrar os Orçamentos municipais.
A LRF limita o gasto das prefeituras com a folha de pagamento
em 54% da receita. Com as receitas em queda, como afirma a
CNM, o aumento do salário mínimo irá se refletir em um aumento
do percentual da receita comprometido com a folha.
"Em municípios em que 60%
dos servidores recebem salário
mínimo e que gastam atualmente
entre 46% a 54% de sua receita
com a folha, com o reajuste, vão
passar a descumprir a lei", disse
Ziulkoski, prefeito do município
gaúcho de Mariana Pimentel.
De acordo com um estudo feito
pela CNM, em 12 Estados do
país-todos das regiões Norte e
Nordeste- mais de 50% do funcionalismo municipal recebe até
1,5 salário mínimo (até R$ 390).
Além disso, segundo Ziulkoski,
as prefeituras terão de remanejar
dinheiro destinado à área social
para o pagamento do reajuste.
"O prefeito tem que pagar este
salário [de R$ 300] com o dinheiro que tirar da área social", disse
Ziulkoski. Para ele, a discussão
sobre o reajuste do mínimo deveria levar em conta a situação dos
municípios e criar saídas de receita caso as prefeituras não sejam
capazes de arcar com o aumento.
O presidente da CNM defendeu
a criação de um fundo para socorrer os municípios que não tenham condições financeiras de
arcar com o reajuste do mínimo.
De acordo com cálculos da
CNM, o reajuste do salário mínimo e o reajuste de 10% na tabela
do Imposto de Renda significam
uma perda de R$ 864 milhões para os municípios. O FPM (Fundo
de Participação dos Municípios) é
formado por 22,5% do que é arrecadado com IR e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Texto Anterior: Novo mínimo divide opiniões de parlamentares Próximo Texto: Valor não acompanha cesta básica Índice
|