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CONTAS PÚBLICAS
Secretário do Tesouro se reúne com equipe de finanças do governo norte-americano, em Washington
Acordo com FMI sai antes de abril, diz Levy
DE WASHINGTON
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse ontem
que o governo brasileiro vem planejando o Orçamento "em paralelo" às negociações com o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
para a exclusão de investimentos
em infra-estrutura da conta do
superávit primário (economia de
gastos destinada ao pagamento
de juros).
"A gente tem de se preparar e
estar pronto quando chegar a hora de discutir com o Fundo," disse
Levy, ao ser questionado se havia
um descompasso dentro do governo sobre assunto.
"Esses projetos [de infra-estrutura que ficariam de fora do cálculo] vão ser incluídos com uma
estrelinha. Estamos fazendo exatamente o que a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] manda",
afirmou o secretário.
Dentro do governo, a expectativa é que o acordo com o FMI seja
anunciado nos próximos dias.
Levy, no entanto, se negou a dar
prazos -disse que as negociações "estão avançando" e deu a
entender que o assunto será decidido ainda antes do encontro de
abril do Fundo.
A idéia é que a exclusão de gastos com infra-estrutura seja inicialmente um projeto-piloto, de
três anos de duração. No primeiro
ano, o Brasil poderia usar R$ 3
milhões em infra-estrutura fora
do cálculo do superávit primário.
As declarações de Levy foram
dadas durante entrevista coletiva
ao lado do subsecretário do Tesouro dos EUA, John Taylor, que
classificou o desempenho econômico brasileiro neste ano de "excelente".
A reunião bilateral de ontem foi
a terceira desde agosto de 2003. O
objetivo, segundo o Tesouro, é
"desenvolver estratégia para aumentar o crescimento econômico
nos dois países".
Revisão
O FMI anunciou ontem em site
que o comitê executivo do orgão
completou a nona revisão do
acordo com o Brasil. A nova revisão libera créditos de US$ 1,4 bilhão ao país, mas o Brasil não tem
usado os empréstimos desde setembro de 2003. Uma nova revisão será feita antes do fim do
acordo, em março de 2005.
O diretor do comitê, Rodrigo de
Rato, comentou que "a performance do Brasil continua forte" e
que "a política macroeconômica
respondeu com cautela apropriada às pressões inflacionárias".
(FABIANO MAISONNAVE)
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