São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

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Brasil deve ser líder altruísta, avalia argentino

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso), o argentino Atilio Borón, afirmou para a Folha que o Brasil não está sendo "altruísta" o suficiente para exercer o papel de líder do Mercosul.
Ele citou como exemplo as negociações com a China, para a qual o Brasil concedeu o status de economia de livre mercado sem consultar os argentinos. Assim, a Argentina se viu obrigada a fazer o mesmo. "Se as negociações tivessem ocorrido em conjunto, os resultados teriam sido mais vantajosos para nós todos."
Sociólogo e cientista político com Ph.D em Harvard, Borón acha que não há ""percepção da importância que tem o acordo [do Mercosul], os setores econômicos só querem vantagens".
"A União Européia nos mostra que a visão política mais ampla é necessária para o aprofundamento do bloco comercial." O Brasil, diz, está para o Mercosul como a Alemanha e a França estiveram para a União Européia no processo de implementação.
"O governo brasileiro deve se convencer de que precisa de algum altruísmo para exercer a liderança regional. Isso requer um custo, para manter um bloco unificado. É importante uma reflexão por parte de Brasil e Argentina", disse Atilio Borón. (LG)


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