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Brasil deve ser
líder altruísta,
avalia argentino
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso), o argentino
Atilio Borón, afirmou para a Folha que o Brasil não está sendo
"altruísta" o suficiente para exercer o papel de líder do Mercosul.
Ele citou como exemplo as negociações com a China, para a
qual o Brasil concedeu o status de
economia de livre mercado sem
consultar os argentinos. Assim, a
Argentina se viu obrigada a fazer
o mesmo. "Se as negociações tivessem ocorrido em conjunto, os
resultados teriam sido mais vantajosos para nós todos."
Sociólogo e cientista político
com Ph.D em Harvard, Borón
acha que não há ""percepção da
importância que tem o acordo
[do Mercosul], os setores econômicos só querem vantagens".
"A União Européia nos mostra
que a visão política mais ampla é
necessária para o aprofundamento do bloco comercial." O Brasil,
diz, está para o Mercosul como a
Alemanha e a França estiveram
para a União Européia no processo de implementação.
"O governo brasileiro deve se
convencer de que precisa de algum altruísmo para exercer a liderança regional. Isso requer um
custo, para manter um bloco unificado. É importante uma reflexão
por parte de Brasil e Argentina",
disse Atilio Borón.
(LG)
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