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Álcool freia queda e tem alta de 4% nas usinas
Depois de cair por mais de um mês, produto hidratado avança, diz Cepea
Entressafra e demanda maior elevam combustível nas indústrias paulistas; setor não deve enfrentar os mesmos problemas de 2006
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O mercado de álcool, após
cinco semanas em queda, mudou de tendência. Como ocorre
tradicionalmente na entressafra, os preços voltaram a subir
nas usinas paulistas.
Levantamento de preços feito pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada), da Esalq-USP, mostra que o preço do litro do álcool anidro (adicionado à gasolina) foi a R$ 0,8398, com alta
de 2,49% na semana. Já o hidratado (usado diretamente
para abastecer os veículos) subiu para R$ 0,8119, com evolução de 3,72% no período. Os
preços não incluem impostos.
A surpresa, segundo analistas, não é a alta que os preços
passaram a registrar nesta semana, mas a queda que ocorreu
em janeiro, quando a demanda
ficou acima do esperado.
Em dezembro, o setor consumiu pelo menos 1,2 bilhão de litros de álcool, volume que voltou a ser consumido em janeiro. Mesmo assim, o álcool hidratado teve queda de 10% nos
preços acumulados do início de
janeiro ao dia 10 deste mês.
A queda ocorreu devido a
uma síndrome da antecipação
da safra. Muitas usinas desovaram estoques com receio de entrar na nova safra com volumes
muito acima do desejado.
Mesmo com o crescimento
da demanda, devido ao aumento dos carros que entraram em
circulação, os estoques colocados no mercado provocaram
redução nos preços do álcool.
A queda de preços foi facilitada, ainda, porque o álcool estava mais bem distribuído entre
usinas produtoras e Estados
consumidores (SP, GO, MS e
PR). A indicação de queda levou um número maior de produtores a desovar estoques
com receio de reduções ainda
maiores na entrada da safra.
A partir de agora, com uma
concentração maior do produto nas mãos de poucos, a tendência é de estabilidade ou até
recuperação de preços, segundo análise do mercado.
Mesmo com a alta de demanda, o setor não vai passar, neste
ano, pelos problemas enfrentados na entressafra de 2006.
Os estoques atuais estão pelo
menos 20% acima das necessidades da demanda e, em março
e em abril, as usinas já começam a colocar novos estoques
de antecipação de safra. No ano
passado foram 750 milhões de
litros de álcool anidro e hidratado no período.
A recuperação de preços do
álcool neste final de entressafra
pode ocorrer, ainda, porque as
exportações estão acima do
previsto. Apesar de a demanda
pelo produto brasileiro ser menor nos Estados Unidos, o álcool brasileiro encontrou outros mercados. Previstas em 2,8
bilhões de litros, as vendas externas da safra 2006/7 devem
atingir 3 bilhões de litros.
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