São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2004

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CERVEJA

Conar nega pedido para tirar peça da Brahma do ar

Em nova propaganda, Nova Schin insinua que Zeca Pagodinho é "traíra"

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um mesmo dia, a guerra das cervejas protagonizada pela Nova Schin e a Brahma registrou dois capítulos. O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) indeferiu, à tarde, o pedido da Schincariol para que fosse suspensa a veiculação de comercial da Brahma com o cantor Zeca Pagodinho, que fora a estrela do lançamento da Nova Schin.
À noite, a Schincariol apresentou nova campanha, com um sósia de Zeca Pagodinho, na qual insinua que o cantor teria recebido US$ 3 milhões para trocar de opinião sobre a cerveja preferida.
Em seu despacho, no qual manteve no ar o filme da Brahma, o Conar afirma que a letra do samba cantado por Zeca e a composição geral do comercial não feriram o código de ética do conselho e estão dentro dos limites da propaganda comparativa.
Segundo o Conar, a alegação da Fischer América e da Schincariol de que houve aliciamento do apresentador do produto (Zeca) não estaria prevista no código de conduta da entidade.
A disputa começou na sexta, quando foi ao ar o comercial da Brahma, protagonizado pelo cantor, então garoto-propaganda da Nova Schin -e cujo contrato se estenderia até setembro.
No refrão da música cantada no filme da Brahma, Zeca ironiza sua passagem pela Nova Schin: "Fui provar outro sabor, eu sei. Mas não largo meu amor, voltei". Para a Schincariol, o comercial maculava a imagem da Nova Schin.

Contra-ataque
O filme da ofensiva da Schincariol veiculado ontem em horário nobre tem como cenário um bar.
Enquanto bebem cerveja, dois amigos discutem sobre a troca de cerveja. Ao fundo do cenário, um placa: "Prato do dia: traíra".
Um deles pergunta ao personagem, apresentado como "Zequinha", se este não trocaria de cerveja por "R$ 600 mil". A oferta é recusada. O amigo indaga, então, se não o faria por "R$ 1 milhão". "De jeito nenhum", responde Zequinha. Nesse momento, o sósia de Zeca Pagodinho, que apenas observa a conversa, levanta-se e diz: "O cara é "firmeza", enquanto cumprimenta o personagem.
O amigo sobe a oferta para US$ 3 milhões: "Por US$ 3 milhões, falo que amo e ainda dou beijo na boca", responde Zequinha. No mercado publicitário, estima-se que o contrato do cantor com a AmBev teria sido de R$ 3 milhões. (JOSÉ ALAN DIAS)


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