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AmBev explica acordo a minoritários
DA REPORTAGEM LOCAL
A AmBev promoveu ontem, na
Bovespa, reunião com acionistas
minoritários para explicar o acordo com a belga Interbrew. Mas
não foram só os pequenos acionistas que se sentiram desconfortáveis com as perdas sofridas nas
ações preferenciais da AmBev
desde o anúncio do acordo.
Para além da Previ (fundo de
pensão dos funcionários do Banco do Brasil), que enviou requerimento à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) solicitando informações sobre a operação, a
AmBev teve nos últimos dias que
explicar o acordo para o banco de
investimentos Morgan Stanley e
os fundos estrangeiros The Capital Group, Schroeder e T.Rowe.
Ao lado da Previ, todos têm ações
preferenciais da AmBev.
Segundo a empresa, a preocupação desses investidores estrangeiros é entender a discrepância
entre o movimento das ações preferenciais e os das ordinárias.
Em 14 dias, as ações preferenciais da AmBev recuaram 29%. Isso ocorreu em parte porque os
donos de ações preferenciais da
AmBev não terão direito ao "tag
along", mecanismo que estende
aos portadores de ações ordinárias a opção de vendê-las por 80%
do valor pago aos ex-controladores. As ordinárias subiram 6%.
Labatt
Desde o anúncio do acordo, um
dos pontos levantados por analistas é que teria sido superavaliado
o valor a ser pago pela AmBev pelo controle da canadense Labatt
(que pertence à Interbrew). O diretor de relações institucionais da
AmBev, Felipe Dutra, apresentou
a seguinte conta: antes da transação, o valor de mercado da AmBev era de US$ 10,5 bilhões.
Com a incorporação da Labatt,
esse valor subiria para US$ 18,8
bilhões. Isso ocorreria porque a
Labatt, pela avaliação da AmBev,
vale US$ 5,8 bilhões. Mas também
deveriam ser incorporados ao novo "valor da AmBev" mais US$
1,5 bilhão de sinergia operacional
(diminuição de custos com compras etc.) e US$ 1 bilhão de ganhos
financeiros, que a AmBev teria
com a incorporação da canadense, porque os custos de captação
diminuiriam. Ocorre que o preço
atual do mercado da AmBev (já
considerada a Labatt) não supera
os US$ 13,4 bilhões. O mercado
avalia que o valor da Labatt não
deveria supera US$ 3 bilhões.
A Previ também questiona o fato de a AmBev poder ficar sem
acesso ao mercado mexicano por
meio da cervejaria Femsa. A participação de 30% da Interbrew na
Femsa foi incluída no pacote do
acordo com a AmBev. No entanto, os outros acionistas da Femsa
podem exercer o direito de compra -se o fizerem, a AmBev não
teria a participação na mexicana.
Dutra admitiu ontem que a
eventual incorporação de participação na Femsa e na Labatt USA
(distribuidora) pode não ocorrer.
"Mas, se não houver acordo, o
acionista da AmBev não terá prejuízo, visto que não desembolsaremos nenhum valor."
(JAD)
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