São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2004

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Fundo vê como retórica posição dos dois países

DE WASHINGTON

O FMI (Fundo Monetário Internacional) qualificou como "retórica" ontem a posição saída da reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner de cobrar maior flexibilidade do Fundo em seus programas de ajuda ao Brasil e à Argentina.
O porta-voz da instituição, Thomas Dawson, já deixou claro em várias ocasiões que, quaisquer que sejam as demandas dos países envolvidos nas negociações, as contas para o atendimento do superávit primário (economia que o governo realiza para pagar juros) "têm de fechar no final".
Segundo um funcionário do FMI, não é apenas o Fundo que deve ser convencido de uma eventual mudança de metodologia, mas os seus principais sócios, como o Departamento do Tesouro dos EUA e o Banco da Inglaterra, por exemplo.
O FMI afirmou ainda que, apesar dos progressos nas negociações com Brasil e Argentina conduzidas pelo ex-diretor-gerente do Fundo Horst Köhler, os dois países devem levar em conta que o seu nível de endividamento com o mercado e com o próprio Fundo é muito alto para que haja mudanças nos critérios dos acordos vigentes.
Por último, o FMI lembra que tanto Brasil quanto Argentina têm acordos em vigor já assinados com o Fundo e que eventuais discussões de mudanças de metas ou critérios devem ser discutidas apenas em uma eventual renovação.
No caso brasileiro, a equipe econômica já afirmou que não pretende renovar o atual acordo com a instituição, qualificado como "preventivo" e que vence no final do ano. (FCz)


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