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Quadro externo segue confortável, diz Setubal
DA ENVIADA A XANGAI
Com 11 horas de fuso horário à
frente do Brasil, o presidente do
Banco Itaú, Roberto Setubal, disse
ontem em Xangai não ter entendido "nada" do que aconteceu no
mercado brasileiro na quinta-feira, quando o risco-país subiu 11%,
maior alta em 17 meses.
Para ele, a volatilidade do mercado só pode ser explicada pelo
fato de que os investidores não
entenderam o impacto do ajuste
nas contas externas brasileiras sobre a economia do país.
"A alta dos juros nos EUA pode
afetar um pouco o Brasil, mas a situação externa é bastante confortável", afirmou Setubal, em um
dos intervalos da reunião anual
do Institute of International Finance, em Xangai.
Na opinião de Setubal, o mercado reagiu como se o Brasil tivesse
uma vulnerabilidade externa que
não existe mais. "O mercado está
reagindo mais por reflexo do passado do que pela situação atual."
No ano passado, o Brasil teve
superávit em sua conta corrente,
o que significa menor dependência de recursos do exterior. O resultado positivo foi conseguido
principalmente graças ao comportamento da balança comercial, que teve superávit de US$
24,8 bilhões.
O ajuste externo também esteve
no centro da apresentação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para quem o superávit comercial tem natureza estrutural e está se mantendo mesmo com o aumento das importações decorrente da retomada do
crescimento econômico.
Meirelles observou que nos 12
meses encerrados em março, o
superávit atingiu o recorde de
US$ 27 bilhões e previu que o valor chegará a US$ 28 bilhões até o
fim deste ano.
O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, que também participou do encontro do
IIF, não vê um cenário de crise para o Brasil e afirma que o processo
de elevação da taxa de juros nos
EUA será gradual. Em sua avaliação, a taxa vai encerrar 2004 em
1,5%, 0,5 ponto percentual acima
do atual 1%.
Esse patamar de aumento não
será suficiente para abalar os
emergentes, avalia.
(CT)
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