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Citigroup aprova títulos 1 dia antes de rebaixá-los
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando se trata de recomendar operações com títulos brasileiros, o Citigroup, maior
conglomerado financeiro do
mundo, tem duas orientações.
Um dia antes de a instituição
rebaixar os papéis da dívida
brasileira, o diretor do Citigroup Global Markets, Márcio
Guedes, declarou que a instituição estava "otimista" e que o
momento era para "comprar",
e não "vender" as aplicações
em títulos brasileiros.
A declaração foi dada anteontem ao jornal "O Globo",
quando o diretor foi procurado
para comentar a decisão do
banco americano JP Morgan,
que havia reduzido sua recomendação para os papéis brasileiros.
Ontem, entretanto, a diretoria de análises econômicas e de
mercados da América Latina
rebaixou os títulos da dívida
brasileira. O Citigroup baixou a
posição do Brasil de "overweight" (acima da média do
mercado) para um nível moderado de "underweight" (abaixo
da média).
"São áreas diferentes, que
atendem objetivos diferentes e
têm autonomia para fazer isso.
Além disso, não é permitido
que haja troca de informação
entre as áreas do banco", explicou Carlos Kawall, economista-chefe do Citigroup Brasil.
Normas
De acordo com o economista,
regras da SEC (Security and Exchange Comission, a CVM
norte-americana) impedem a
divulgação de "informações seletivas" e prevêem punição
àqueles que não cumprirem essas normas.
"Márcio Guedes atua na área
de mercado de capitais do banco, trabalha com os emissores
de dívidas [o governo brasileiro, as empresas] e atua de forma independente. Se tivesse repassado a ele a informação de
que, provavelmente hoje [ontem], mudaríamos a nossa recomendação sobre os papéis,
estaria violando essas normas",
afirmou Kawall, que atua na
área de pesquisa e recomendações para clientes e investidores de renda fixa.
"Entre as diversas áreas [da
instituição financeira] existe
uma muralha chinesa", afirmou o economista.
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