São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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Produção industrial encolhe 16,7%

DE BUENOS AIRES

A produção das indústrias argentinas recuou 16,7% no primeiro quadrimestre deste ano em relação a igual período de 2001. Segundo o Indec (o IBGE local), o dado positivo refere-se a abril, quando a produção cresceu 3,5% na comparação com março.
A crise abateu não apenas os resultados das empresas argentinas, mas também a maioria das grandes multinacionais instaladas em toda a América Latina. De acordo com pesquisa da consultoria Mercer Human Resource, 58,2% dos empresários da região se consideram bastante afetados pela Argentina, enquanto apenas 3,6% afirmaram que não foram prejudicadas de nenhuma maneira.
A pesquisa -realizada com algumas das principais multinacionais instaladas no Brasil, no México, no Chile, na Colômbia, no Equador, na Venezuela, no Peru e na Argentina- mostra em números o tamanho do contágio da crise argentina.
Para 56,4% dos entrevistados, o faturamento caiu em razão do desaquecimento da demanda no país vizinho. Outros 40% afirmaram já ter adotado programa de redução de custos, enquanto 36,4% dos empresários foram obrigados a fechar postos de trabalho. Neste ano, 23,8% dos entrevistados pretendem demitir pessoal. Além disso, em nenhuma das empresas analisadas os lucros superaram as expectativas nos últimos trimestres.
Para a consultoria, os resultados ruins na América Latina devem se manter nos próximos meses, uma vez que os investidores estrangeiros estão desconfiados e já começam a procurar mercados mais seguros ou com maior potencial de crescimento.
"A combinação de recessão ou de baixo crescimento em toda a região, agravada pela crise argentina, faz com que os investimentos na América Latina estejam sob revisão", afirmou a consultoria em seu relatório.
O futuro das empresas já instaladas na região também não estaria assegurado. A pesquisa mostra que em 2001, quando a crise não estava tão aprofundada, 12% das multinacionais fecharam filiais na América Latina.
Para a Mercer, as eleições presidenciais devem paralisar os investimentos no Brasil. (JS)


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