LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Missão conjunta do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial está no Brasil, a convite do governo, para avaliar o sistema financeiro nacional. "É uma ótima chance que nós temos de fazer, de maneira organizada, um "check-up" do sistema financeiro nacional", disse à Folha o presidente do BC, Armínio Fraga.
Segundo Fraga, o objetivo é fornecer ao governo uma avaliação externa da situação do sistema financeiro, com eventuais sugestões para melhorar o funcionamento dos diferentes setores que o integram. Ele ressaltou, no entanto, que não é uma missão para verificar a saúde do sistema financeiro ou supervisionar metas a serem cumpridas, mas sim para analisar aspectos de legislação, normatização e regulação.
O presidente do BC citou alguns exemplos concretos que estão sendo examinados pelos técnicos, como o SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), a Lei de Falências e Concordatas e a questão da governança corporativa (prática administrativa para dar maior clareza às decisões empresariais perante os acionistas) no país.
Segundo Fraga, a vinda da missão foi acertada na renovação, no final do ano passado, do último acordo do país com o Fundo. De acordo com ele, todos os setores estão ou serão analisados, como consórcios, seguradoras, fundos de pensão e, evidentemente, os bancos.
"Temos conversado muito com eles [com os técnicos". A avaliação até agora é muito positiva", disse.
De acordo com o presidente do BC, o programa conjunto do FMI e do Banco Mundial faz parte de um acordo de colaboração mútua assinado pelos membros do G-20 (grupo formado por países ricos e emergentes).
"Eles comparam o que temos aqui com todas as práticas globais. Serve para nos ajudar a definir normas e políticas. O trabalho está sendo feito para nós, a nosso pedido", disse Fraga.
Ele não soube precisar desde quando a missão está no país. Segundo ele, como o trabalho é muito extenso, equipes têm se revezado para analisar os diferentes setores do sistema financeiro.
Fraga disse que experiências bem sucedidas em outros países podem servir de exemplo para o BC brasileiro. Entre as economias que já tiveram seus sistemas financeiros avaliados pelo programa, ele citou Canadá, México e Japão.



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