da Reportagem Local

O médico urologista José Alberto Reinato acredita que é preciso ter cuidado com as novidades impostas pelo mercado mundial.
"Alguns produtos são realmente inovadores, como o Viagra. Outros, porém, não passam de relançamentos", afirma o médico. Entre esses casos, ele cita o Propécia, remédio contra a calvície recentemente lançado nos EUA.
Segundo o médico, o Propécia é apenas uma reedição de um medicamento para a próstata, que já circula no mercado. Ele aponta casos mais graves, como o de um medicamento lançado há quatro anos que prometia acabar com a cirurgia da próstata. "Não funcionou dessa maneira."
Já o Viagra está na lista dos produtos aprovados. "Mas é preciso verificar as contra-indicações. Não são todas as pessoas que poderão utilizar o produto."
Entre as contra-indicações, ele cita pacientes que tomam medicamentos para o coração. Combinado com alguns desses medicamentos, o Viagra poderia provocar até um ataque cardíaco no paciente.
Um dos problemas mais sérios da onda de lançamentos da indústria farmacêutica é o fato de a venda de muitos remédios ser embalada mais pelo marketing do que por seus efeitos concretos.
"É preciso ter muito cuidado com as novidades da indústria. Muitas delas são eficazes, mas demora algum tempo até que se saiba da extensão de seus efeitos colaterais", diz Antônio Carlos Zanini, professor da USP (Universidade de São Paulo).
Ele diz que muitos laboratórios lançam remédios novos apenas para substituir produtos antigos cuja patente expirou, caíram em domínio público e não dão mais dinheiro. "Às vezes, o novo remédio é até pior do que o velho."



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