|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE NO AR
Presidente do Conselho da FRB, que propõe alternativa à fusão, deve sair
Dona da Varig terá nova mudança
JULIANA RANGEL
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A FRB (Fundação Ruben Berta),
controladora da Varig, está prestes a promover uma nova mudança no Conselho de Administração
da empresa. O atual presidente do
Conselho, Gilberto Carlos Rigoni,
deve ser substituído por Joaquim
Santos, um dos principais articuladores da fusão com a TAM.
A decisão deve acontecer no dia
20, quando o Colégio Deliberante,
instância decisória máxima da
FRB, se reunirá em Porto Alegre.
Gilmar Carneiro, ex-presidente
do Sindicato dos Bancários de São
Paulo, também deve deixar o
Conselho. Ligado à CUT (Central
Única dos Trabalhadores), Carneiro chegou a dizer, em abril,
que a fusão se assemelharia a um
"noivado entre um nudista e uma
muçulmana".
Como alternativa ao modelo de
fusão com a TAM desenhado pelo
Banco Fator, Rigoni vem propondo uma operação financeira com
a participação de bancos europeus. Os bancos fariam uma securitização de 1,5 bilhão em dívidas da Varig. A garantia seriam
jazidas de ouro em Goiás, com reservas estimadas em 8 bilhões.
Santos é conselheiro de administração da Varig e da VPTA
(Varig Participações em Transportes Aéreos) e foi vice-presidente da FRB Participações. Com
o ex-presidente da empresa Manuel Guedes, vinha articulando a
fusão com TAM desde maio,
quando Yutaka Imagawa foi afastado da presidência do Conselho
de Curadores da FRB. Imagawa
era contra o atual modelo de negociação com a TAM.
Para Gilmar Carneiro, as mudanças no Conselho Administrativo já eram esperadas. Ele diz que
o ponto principal de divergência
não é o apoio à fusão ou não, e sim
a decisão sobre quem comandará
a nova companhia.
"O que se acentuou de abril para
cá é a discussão sobre se a TAM
teria o controle da nova empresa.
Inicialmente, esse controle estava
explicitado e vínhamos numa negociação positiva com o BNDES,
o Ministério da Defesa e o Banco
Fator. Queríamos uma companhia que fosse nova e brasileira, e
não que pertencesse à TAM ou ao
governo. De repente, os colegiantes resolveram mudar tudo."
A reviravolta nas negociações,
segundo Carneiro, teria ocorrido
a partir do final de maio -quando tomou posse o novo Conselho
Curador da FRB. Desde então,
afirma, o Conselho Administrativo foi excluído dos acertos e "fica
sabendo das notícias por meio
dos jornais".
Texto Anterior: Opinião econômica: O Brasil interessa ao Brasil Próximo Texto: Custo de vida: São Paulo e Rio estão entre as dez cidades mais baratas do mundo Índice
|