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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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CRISE NO AR

Presidente do Conselho da FRB, que propõe alternativa à fusão, deve sair

Dona da Varig terá nova mudança

JULIANA RANGEL
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A FRB (Fundação Ruben Berta), controladora da Varig, está prestes a promover uma nova mudança no Conselho de Administração da empresa. O atual presidente do Conselho, Gilberto Carlos Rigoni, deve ser substituído por Joaquim Santos, um dos principais articuladores da fusão com a TAM.
A decisão deve acontecer no dia 20, quando o Colégio Deliberante, instância decisória máxima da FRB, se reunirá em Porto Alegre.
Gilmar Carneiro, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, também deve deixar o Conselho. Ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), Carneiro chegou a dizer, em abril, que a fusão se assemelharia a um "noivado entre um nudista e uma muçulmana".
Como alternativa ao modelo de fusão com a TAM desenhado pelo Banco Fator, Rigoni vem propondo uma operação financeira com a participação de bancos europeus. Os bancos fariam uma securitização de 1,5 bilhão em dívidas da Varig. A garantia seriam jazidas de ouro em Goiás, com reservas estimadas em 8 bilhões.
Santos é conselheiro de administração da Varig e da VPTA (Varig Participações em Transportes Aéreos) e foi vice-presidente da FRB Participações. Com o ex-presidente da empresa Manuel Guedes, vinha articulando a fusão com TAM desde maio, quando Yutaka Imagawa foi afastado da presidência do Conselho de Curadores da FRB. Imagawa era contra o atual modelo de negociação com a TAM.
Para Gilmar Carneiro, as mudanças no Conselho Administrativo já eram esperadas. Ele diz que o ponto principal de divergência não é o apoio à fusão ou não, e sim a decisão sobre quem comandará a nova companhia.
"O que se acentuou de abril para cá é a discussão sobre se a TAM teria o controle da nova empresa. Inicialmente, esse controle estava explicitado e vínhamos numa negociação positiva com o BNDES, o Ministério da Defesa e o Banco Fator. Queríamos uma companhia que fosse nova e brasileira, e não que pertencesse à TAM ou ao governo. De repente, os colegiantes resolveram mudar tudo."
A reviravolta nas negociações, segundo Carneiro, teria ocorrido a partir do final de maio -quando tomou posse o novo Conselho Curador da FRB. Desde então, afirma, o Conselho Administrativo foi excluído dos acertos e "fica sabendo das notícias por meio dos jornais".


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