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Eletroeletrônico
e fármaco terão
prioridades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois setores da economia serão
os alvos prioritários da política industrial do governo a partir do
próximo ano: o eletroeletrônico e
o farmacoquímico.
Por meio de incentivos e subsídios, o governo quer estimular a
produção de chips mais sofisticados (acoplados a sistemas inteligentes), de softwares (os programas de computador, principalmente na área bancária) e de medicamentos genéricos.
No caso dos genéricos, produzidos por laboratórios menores
com base no princípio ativo dos
remédios, a União garantiria a demanda por meio das compras governamentais para distribuição à
população. A idéia é fazer do país
um produtor de medicamentos
genéricos como a Índia.
O volume de incentivos a serem
concedidos ainda não está definido. A definição virá em um mês
-prazo dado a um núcleo comandado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento para detalhar a política industrial. O primeiro passo será a revisão dos incentivos fiscais concedidos atualmente e que levarão o governo federal a arrecadar menos R$ 24 bilhões neste ano.
Um ponto já está definido: os
novos incentivos serão concedidos por prazo fixo e serão condicionados a metas. Será punido
quem não cumprir as metas de
produção voltadas ao aumento
das exportações e substituição das
importações.
"Não vamos ficar de mãos atadas como aconteceu no passado",
disse o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Segundo ele, por falta de metas claras, alguns benefícios concedidos
em outros governos tiveram de
ser prorrogados e muitas empresas que receberam incentivos não
cumpriram seus objetivos.
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, citou o modelo
coreano de política industrial como um exemplo a ser seguido.
"Lá, os resultados são delimitados
no tempo, cerca de quatro ou cinco anos. É necessário alcançar
competitividade mundial, e parte
da produção deve ser destinada
ao mercado externo."
"Muitas vezes os incentivos são
provisórios e viram permanentes.
Duram 10, 20 anos sem que o governo avalie ganhos ou perdas
dessas políticas", disse o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda).
(MARTA SALOMON e SÍLVIA MUGNATO)
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