|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRIAÇÃO & CONSUMO
Marketing esportivo e patrocínios
EDSON GIUSTI JR.
Em razão de nosso patrocínio ao
time do Rio Branco, de Americana, no último Campeonato Paulista, a Lowe Loducca recebeu dezenas de propostas de clubes e
atletas. Abro espaço hoje para Edson Giusti Jr., nosso gerente de comunicação. Ele foi um dos responsáveis pelo projeto Rio Branco
e também por receber propostas
de patrocínio. Seu artigo pode
ajudar em muito aqueles que lutam pelo esporte amador e profissional do país.
Abraços, Celso Loducca
Todo mundo sabe, e nós também, que há no Brasil uma
grande carência de patrocínio
para equipes e atletas do esporte. Mas o mais triste foi conferir
a falta de formação/informação dos "vendedores" de patrocínio. Recebi nestes últimos
meses uma infinidade de propostas de todos os tipos de esporte, nas mais diversas categorias.
A idéia de escrever este artigo
não é simplesmente apontar tais
erros, mas apenas transmitir o
ponto de vista de quem recebe
uma proposta de patrocínio. Assim esperamos contribuir para a
profissionalização do marketing
esportivo no Brasil.
O despreparo começa na apresentação dos projetos. O amadorismo de quem representa clubes
e atletas não está apenas na formatação. Está na comunicação.
Os planos não trazem informações completas sobre a estrutura
das instituições, torneios que
vão ser disputados (tabela de jogos), locais e horários (sabemos
que em muitos casos isso é impossível) e o mais importante: a
relação custo-benefício.
Em pouquíssimos projetos se
apresentavam os motivos para
justificar a vantagem de patrocinar determinado clube. Na
maioria das vezes, ouvimos apenas isto do representante: "É
muito barato. O que é esse dinheiro para uma empresa multinacional?".
Para companhias que faturam
US$ 300 milhões, US$ 400 milhões/ano, quantias de US$ 200
mil/ano parecem irrisórias. Porém quantos projetos de US$ 200
mil/ano devem chegar todos os
dias a essas empresas? Centenas,
tenho certeza. Vence aquele que
provar por que vale a pena investir esse dinheiro. Ou seja,
vence aquele que dá mais garantias de retorno do capital investido. Parece simples, mas a
maioria ignora esse pequeno
"detalhe".
Outro ponto importante: a
adequação da relação patrocinado/patrocinador. Vou explicar. O representante de uma
equipe de equitação procurava
o patrocínio de algum cliente da
Lowe Loducca. "Qualquer cliente", dizia ele. "O que vier é lucro." Outro erro: não havia especificado no projeto que tipo de
público assistia a essas provas
ou torneios, se havia cobertura
de veículos de comunicação (TV
aberta, cabo, jornal, revista...).
Objetivo: queríamos saber quem
era esse espectador que assiste à
equitação ou participa do esporte. O famoso público-alvo, certo?
Ele respondeu (arriscou): "Classe AA. Mas tem muita gente de
classe BC também".
No meio de tantos desacertos,
muitos bons planos chegaram às
nossas mãos. Por exemplo, o da
Ponte Preta, de Campinas. Um
plano muito bem escrito, com
todas as informações referentes
à participação do time no próximo Campeonato Brasileiro, tabelas de jogos, perfil dos jogadores, do técnico e da comissão,
além de um histórico da nova
administração, as últimas reformulações no departamento de
futebol, como o bom trabalho
desenvolvido nas categorias juvenil e de juniores. Muitos jogadores da atual Ponte Preta tiveram passagens pelas seleções
brasileiras dessas categorias.
Outro ponto positivo para os
representantes da Ponte Preta: o
plano apresentava uma relação
das principais empresas instaladas em Campinas, possíveis
"clientes" pelos quais nós da Lowe Loducca ou nossos clientes
poderíamos nos interessar. Outro detalhe: junto com o projeto
recebemos a camisa da "macaca". Pode parecer bobagem,
mas, para quem gosta de futebol
(e esse é o meu caso), isso faz
uma enorme diferença. Profissionalismo e simpatia, boas ferramentas para conseguir uma
hora na agenda de gerentes e diretores de marketing.
Fechamos com a Ponte? Não,
porque estamos muito satisfeitos
com o Rio Branco, de Americana (eles têm um excelente projeto... revelamos os atacantes Sandro Hiroshi e Marcos Pena!!!).
Porém ficou a ótima impressão e
já cuidamos de encaminhar o
projeto Ponte Preta para alguns
de nossos clientes.
Para os outros projetos...
bem... fica aí a lição de casa. E
olha que não é das mais difíceis.
Edson Giusti Jr., 34, é gerente de comunicação da Lowe Loducca.
Texto Anterior: Opinião Econômica: Lamartine Navarro Jr. - A nova realidade energética Próximo Texto: Luís Nassif: Um símbolo da modernidade Índice
|