|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Japão sinaliza o fim da recessão
das agências internacionais
O governo japonês anunciou
ontem que a produção industrial
do país cresceu 3,2% em junho
em comparação a maio, registrando a maior alta em 29 meses.
O cálculo inicial do governo
apontava crescimento de 3%.
O anúncio foi interpretado pelos analistas como o primeiro sinal concreto de que a economia
do país está saindo da recessão, e
fez a Bolsa de Valores de Tóquio
subir 2,24% ontem.
A alta no mercado japonês puxou as demais Bolsas da região. A
Bolsa de Taiwan fechou com valorização de 5,15% e a de Hong
Kong, de 2,27%.
O Japão, que vive sua pior crise
em 50 anos, está oficialmente em
recessão desde junho de 98.
No primeiro trimestre, o PIB
(Produto Interno Bruto, de US$
4,05 trilhões) do país registrou
crescimento de 2%, o primeiro resultado positivo após cinco trimestres de retração.
A expansão se deveu ao aumento dos gastos públicos -só em 98,
o país gastou US$ 300 bilhões a
mais do que o previsto no orçamento- destinados basicamente
à criação de empregos.
Apesar desse esforço, o país tem
hoje o maior número de desempregados desde 1953.
O desemprego atinge 4,9% da
População Economicamente Ativa, o que equivale a 3,28 milhões
de pessoas.
As estimativas apontam que o
desemprego chegará a 5,5% nos
próximos meses.
O aumento do desemprego é
atribuído aos programas de reestruturação que estão sendo realizados pelas companhias japonesas, conhecidos como "risutora".
A previsão do governo é gastar
mais US$ 45 bilhões nos próximos meses para estimular o crescimento da economia.
Na semana passada, o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
revisou para cima a estimativa de
crescimento da economia japonesa. Pelos cálculos do Fundo, o país
deverá crescer 0,2% em 99.
A previsão anterior do organismo era de retração de 1,4% para
este ano. O governo japonês tem
como meta crescer 2% neste ano.
Apesar dos cálculos positivos, o
próprio governo reconhece que
dificilmente o país repetirá no segundo trimestre o desempenho
positivo do primeiro.
Não há perspectiva, a curto prazo, de que as empresas comecem
a contratar. Para cada cem trabalhadores, as empresas oferecem
somente 46 vagas.
Por outro lado, o consumo continua se recuperando de forma
lenta. Apesar dos incentivos governamentais para estimular a demanda interna, o medo de perder
o emprego faz com que os japoneses gastem cada vez menos e poupem cada vez mais.
Texto Anterior: Títulos do Brasil têm valorização Próximo Texto: Opinião econômica - Benjamin Steinbruch: Mais vale um emprego na mão do que dois voando Índice
|