São Paulo, Terça-feira, 17 de Agosto de 1999
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Japão sinaliza o fim da recessão

das agências internacionais

O governo japonês anunciou ontem que a produção industrial do país cresceu 3,2% em junho em comparação a maio, registrando a maior alta em 29 meses. O cálculo inicial do governo apontava crescimento de 3%.
O anúncio foi interpretado pelos analistas como o primeiro sinal concreto de que a economia do país está saindo da recessão, e fez a Bolsa de Valores de Tóquio subir 2,24% ontem.
A alta no mercado japonês puxou as demais Bolsas da região. A Bolsa de Taiwan fechou com valorização de 5,15% e a de Hong Kong, de 2,27%.
O Japão, que vive sua pior crise em 50 anos, está oficialmente em recessão desde junho de 98.
No primeiro trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto, de US$ 4,05 trilhões) do país registrou crescimento de 2%, o primeiro resultado positivo após cinco trimestres de retração.
A expansão se deveu ao aumento dos gastos públicos -só em 98, o país gastou US$ 300 bilhões a mais do que o previsto no orçamento- destinados basicamente à criação de empregos.
Apesar desse esforço, o país tem hoje o maior número de desempregados desde 1953.
O desemprego atinge 4,9% da População Economicamente Ativa, o que equivale a 3,28 milhões de pessoas.
As estimativas apontam que o desemprego chegará a 5,5% nos próximos meses.
O aumento do desemprego é atribuído aos programas de reestruturação que estão sendo realizados pelas companhias japonesas, conhecidos como "risutora".
A previsão do governo é gastar mais US$ 45 bilhões nos próximos meses para estimular o crescimento da economia.
Na semana passada, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para cima a estimativa de crescimento da economia japonesa. Pelos cálculos do Fundo, o país deverá crescer 0,2% em 99.
A previsão anterior do organismo era de retração de 1,4% para este ano. O governo japonês tem como meta crescer 2% neste ano.
Apesar dos cálculos positivos, o próprio governo reconhece que dificilmente o país repetirá no segundo trimestre o desempenho positivo do primeiro.
Não há perspectiva, a curto prazo, de que as empresas comecem a contratar. Para cada cem trabalhadores, as empresas oferecem somente 46 vagas.
Por outro lado, o consumo continua se recuperando de forma lenta. Apesar dos incentivos governamentais para estimular a demanda interna, o medo de perder o emprego faz com que os japoneses gastem cada vez menos e poupem cada vez mais.


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