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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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FIM DO SUFOCO?

Pesquisa indica que confiança dos empresários na economia cresceu

Industrial está otimista, mostra CNI

ELIANE MENDONÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empresário industrial está hoje mais confiante do que se encontrava em outubro do ano passado na economia brasileira, já que o índice de confiabilidade cresceu 12,5%, passando de 49,5 para 55,7 pontos no período, segundo pesquisa divulgada ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Se comparado ao trimestre anterior, também observa-se uma melhora na avaliação dos empresários, já que o índice passou de 51,9, em julho, para 55,7 pontos neste mês -um crescimento de 7,3%. Os indicadores da pesquisa variam de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam que os empresários estão confiantes.
A inversão do movimento de queda, iniciado em abril deste ano, se explica, parcialmente, pelo esperado aquecimento típico do nível de atividade do fim do ano.
Além disso, o resultado reflete a expectativa de superação da recessão em razão do abrandamento da política monetária, com a redução dos juros, e do recuo da inflação, disse o economista Flávio Castelo Branco, coordenador da pesquisa.
Segundo ele, dúvidas quanto ao impacto da reforma tributária também contribuem para um clima de instabilidade entre o empresariado do ramo industrial e, por isso, a expectativa de recuperação é considerada "moderada".
O indicador da entidade relativo à situação da economia brasileira aumentou de 37,3 (julho) para 42,3 pontos em outubro.
Nessa escala, valores acima de 50 indicam situação melhor ou expectativa otimista. O índice geral, no entanto, revela uma boa expectativa dos empresários.
A pesquisa foi realizada com 1.247 empresas (1.032 pequenas e médias e 215 grandes empresas), no período de 24 de setembro a 14 de outubro.
Realizada trimestralmente desde 1998, a pesquisa reflete o que os empresários pensam da situação atual e quais são suas expectativas quanto à economia e o seu setor de atividade para os próximos seis meses.

Semestre
O estudo sinaliza ainda perspectivas favoráveis para os próximos seis meses e sugere uma recuperação gradual da produção industrial no país.
O índice atual, de 61,9 pontos, é 8,1% maior que o registrado em igual mês do ano passado, quando estava em 53,8.
Isso significa, em tese, que, embora nada sugira uma forte retomada na atividade industrial em um curto prazo, pode-se interpretar que as empresas não prevêem cortes nos quadros de funcionários durante o período.
Na terça-feira, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) já divulgara que, no mês passado, pela primeira vez desde março, o setor industrial paulista criou mais vagas do que fechou, com um saldo positivo de 4.383 contratações. Mas a federação informou que o ano deve fechar com 6.500 vagas a menos do que em 2002 -de abril a agosto, houve fechamento de postos.


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