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FIM DO SUFOCO?
Pesquisa indica que confiança dos empresários na economia cresceu
Industrial está otimista, mostra CNI
ELIANE MENDONÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário industrial está hoje mais confiante do que se encontrava em outubro do ano passado
na economia brasileira, já que o
índice de confiabilidade cresceu
12,5%, passando de 49,5 para
55,7 pontos no período, segundo
pesquisa divulgada ontem pela
CNI (Confederação Nacional da
Indústria).
Se comparado ao trimestre anterior, também observa-se uma
melhora na avaliação dos empresários, já que o índice passou de
51,9, em julho, para 55,7 pontos
neste mês -um crescimento de
7,3%. Os indicadores da pesquisa
variam de 0 a 100. Valores acima
de 50 indicam que os empresários
estão confiantes.
A inversão do movimento de
queda, iniciado em abril deste
ano, se explica, parcialmente, pelo
esperado aquecimento típico do
nível de atividade do fim do ano.
Além disso, o resultado reflete a
expectativa de superação da recessão em razão do abrandamento da política monetária, com a redução dos juros, e do recuo da inflação, disse o economista Flávio
Castelo Branco, coordenador da
pesquisa.
Segundo ele, dúvidas quanto ao
impacto da reforma tributária
também contribuem para um clima de instabilidade entre o empresariado do ramo industrial e,
por isso, a expectativa de recuperação é considerada "moderada".
O indicador da entidade relativo
à situação da economia brasileira
aumentou de 37,3 (julho) para
42,3 pontos em outubro.
Nessa escala, valores acima de
50 indicam situação melhor ou
expectativa otimista. O índice geral, no entanto, revela uma boa
expectativa dos empresários.
A pesquisa foi realizada com
1.247 empresas (1.032 pequenas e
médias e 215 grandes empresas),
no período de 24 de setembro a 14
de outubro.
Realizada trimestralmente desde 1998, a pesquisa reflete o que os
empresários pensam da situação
atual e quais são suas expectativas
quanto à economia e o seu setor
de atividade para os próximos seis
meses.
Semestre
O estudo sinaliza ainda perspectivas favoráveis para os próximos
seis meses e sugere uma recuperação gradual da produção industrial no país.
O índice atual, de 61,9 pontos, é
8,1% maior que o registrado em
igual mês do ano passado, quando estava em 53,8.
Isso significa, em tese, que, embora nada sugira uma forte retomada na atividade industrial em
um curto prazo, pode-se interpretar que as empresas não prevêem
cortes nos quadros de funcionários durante o período.
Na terça-feira, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) já divulgara que, no
mês passado, pela primeira vez
desde março, o setor industrial
paulista criou mais vagas do que
fechou, com um saldo positivo de
4.383 contratações. Mas a federação informou que o ano deve fechar com 6.500 vagas a menos do
que em 2002 -de abril a agosto,
houve fechamento de postos.
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