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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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Perdemos "batalha de mídia", diz chanceler

RAYMOND COLITT
DO "FINANCIAL TIMES", EM BRASÍLIA

Na fracassada reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) em Cancún, no mês passado, o Brasil emergiu como um respeitado líder dos países em desenvolvimento.
Mas, nas negociações da Alca, a maré parece ter mudado. Vários países retiraram seu apoio e negociadores dos EUA disseram que o Brasil estava isolado.
Mas o chanceler Celso Amorim, em entrevista ao "Financial Times", insiste em que o governo brasileiro está negociando de maneira construtiva. Ele admite que o Brasil perdeu uma "batalha de mídia", a respeito de suas posições na Alca, devido a uma desleal ofensiva norte-americana.
Mesmo assim, o chanceler brasileiro considera que ainda há espaço de negociação na reunião ministerial da Alca em Miami, no próximo mês, para um acordo que evite o fracasso.
"Temos o direito de defender nossa visão de Alca", afirmou. "Não podemos viver em um mundo de pensamento único."
Para Amorim, os EUA se irritaram porque a proposta alternativa apresentada pelo Mercosul ameaçou a hegemonia norte-americana no bloco.
"Se quisesse obstruir as conversas, teria apresentado longos capítulos sobre regras antidumping e subsídios, que são nossos interesses legítimos, mas não é isso o que estamos fazendo", afirmou o chanceler brasileiro.


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