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Perdemos "batalha de mídia", diz chanceler
RAYMOND COLITT
DO "FINANCIAL TIMES", EM BRASÍLIA
Na fracassada reunião da OMC
(Organização Mundial do Comércio) em Cancún, no mês passado, o Brasil emergiu como um
respeitado líder dos países em desenvolvimento.
Mas, nas negociações da Alca, a
maré parece ter mudado. Vários
países retiraram seu apoio e negociadores dos EUA disseram que o
Brasil estava isolado.
Mas o chanceler Celso Amorim,
em entrevista ao "Financial Times", insiste em que o governo
brasileiro está negociando de maneira construtiva. Ele admite que
o Brasil perdeu uma "batalha de
mídia", a respeito de suas posições na Alca, devido a uma desleal
ofensiva norte-americana.
Mesmo assim, o chanceler brasileiro considera que ainda há espaço de negociação na reunião
ministerial da Alca em Miami, no
próximo mês, para um acordo
que evite o fracasso.
"Temos o direito de defender
nossa visão de Alca", afirmou.
"Não podemos viver em um
mundo de pensamento único."
Para Amorim, os EUA se irritaram porque a proposta alternativa apresentada pelo Mercosul
ameaçou a hegemonia norte-americana no bloco.
"Se quisesse obstruir as conversas, teria apresentado longos capítulos sobre regras antidumping
e subsídios, que são nossos interesses legítimos, mas não é isso o
que estamos fazendo", afirmou o
chanceler brasileiro.
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