ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

A questão das fusões e aquisições é a grande notícia do mundo da moda, substituindo de longe a importância do vaivém de comprimentos de saias ou calças das coleções para o próximo ano.
A compra da Yves Saint Laurent pela Gucci representa uma verdadeira revolução no gerenciamento das empresas da moda e também no estilo das duas marcas envolvidas.
Trata-se também do primeiro passo no sentido de se criar um grupo forte na cidade de Florença (Itália), uma multimarca produtora de bens de consumo de luxo, que visa contrariar os interesses do grupo comandado por Bernard Arnault e sua LVMH (Louis Vuitton Moet Hennessy), que já detém as grandes marcas Christian Dior, John Galliano, Givenchy e Louis Vuitton, entre outras, e da Prada de Fabrizio Bertelli.
Como primeira medida da fusão das duas grandes marcas, Domenico del Sole, comandante da Gucci, deverá demitir o estilista Alber Elbaz, já na próxima semana.
E mais: os comentários dão conta de que Tom Ford, o todo-poderoso diretor-criativo da Gucci (que detém também uma porcentagem na marca), acumulará o mesmo cargo de comando criativo na maison Yves Saint Laurent.
O fato está incendiando o meio de moda, já que, ao que consta, Ford deixará também o estilo da marca, para ficar apenas como coordenador-geral.
Caça-talentos já estão correndo o "Planeta Fashion" à procura dos dois novos nomes para as maisons.
Anteriormente, nesse novo vaivém de compras e vendas, o grupo LVHM tentou, sem sucesso, adquirir a marca Gucci. Outros movimentos, já explícitos, no sentido de novas aquisições são a compra da Fendi, da Jil Sander e da Helmut Lang pela marca Prada.


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