São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2001

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"O que importa é ter o emprego de volta", diz operário

DA REPORTAGEM LOCAL

O preparador de ferramentas Márcio Neiva Vicentin, 40, 16 anos de serviço na Volkswagen, disse ontem estar "aliviado" com a notícia da suspensão das demissões.
"O mais importante é que, mesmo com o salário mais baixo, estamos com nossos empregos garantidos. O sindicato [dos Metalúrgicos do ABC" teve força para enfrentar a empresa. Encontrar outro trabalho é muito difícil", afirmou o operário, que recebia R$ 2.000 por mês e foi demitido na semana passada por carta. Ele disse que vai votar a favor da redução de salários e da jornada na próxima segunda-feira, se os cortes forem suspensos.
"Tenho dois filhos pequenos para sustentar. Na minha idade, não é fácil conseguir trabalho", disse.
O metalúrgico recebeu sua carta de demissão na sexta-feira passada. Após abrir o comunicado, foi com a família para a sede do sindicato informar ao departamento médico da entidade que é portador de doença profissional. "Nem poderia ter sido demitido porque tenho três hérnias de disco adquiridas por carregar peso na empresa."
Segundo sua mulher, Débora Vicentin, 35, o casal estava tomando calmantes para dormir. "Só pensava em como iríamos sustentar nossos filhos, pagar o aluguel [R$ 550" e minhas dívidas [prestações de R$ 400 mensais em lojas". Estou confiante agora", disse
(CR)



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