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Pressão por antecipação da Alca desmonta estratégia brasileira
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ritmo de abertura comercial
brasileira será determinado pela
agenda de negociações com os
EUA para a formação da Alca. Se
o acordo sair logo, os impostos de
importação cairão mais rápido.
Depois que os EUA mostraram
empenho em concluir o quanto
antes as negociações do bloco, o
Itamaraty viu desmoronar sua estratégia anterior de fortalecer o
Mercosul antes de se aventurar
num acordo de livre comércio
com a maior economia do mundo. Os mais liberais enxergam na
Alca uma grande oportunidade
para os produtos brasileiros terem, finalmente, acesso ao mais
rico mercado do mundo. Em troca desse acesso, o Brasil seria obrigado a abrir mais sua economia
-o que, para os liberais, ajudaria
a indústria nacional a ficar mais
competitiva. Os mais protecionistas acreditam que a indústria nacional quebraria, se tivesse de
concorrer com a dos EUA.
No Itamaraty, ainda não existe
uma estratégia para substituir a
tática mantida até o Chile preterir
o Mercosul em favor dos EUA.
Até então, os diplomatas contavam com o Chile na formação de
um escudo na América do Sul capaz de atenuar desigualdades de
poder entre os sócios da Alca.
O presidente Fernando Henrique também iniciou uma negociação de livre comércio com a
União Européia para contrapor o
poderio dos EUA na Alca.
A estratégia brasileira era contar
com o próprio desinteresse dos
EUA na Alca para adiar ao máximo o fim das negociações e fortalecer seus laços com os vizinhos.
O atual governo, que está de saída, está empenhado em concluir
as conversas antes do prazo previamente fixado, 2005. É preciso
saber se o presidente eleito, George W. Bush, terá o mesmo desejo.
Diplomatas brasileiros já dizem
que topam fechar o acordo da Alca antes de 2005, se os EUA se
mostrarem dispostos a abrir os
setores de interesse dos países em
desenvolvimento e a restringir
barreiras não-tarifárias (como
medidas de antidumping) contra
os futuros membros da Alca.
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