|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O VÔO DA ÁGUIA
Núcleo de índice tem menor nível em 38 anos
Inflação nos EUA diminui, e a taxa de juros deverá permanecer baixa
DA REDAÇÃO
A inflação norte-americana recuou para o mais baixo nível em
38 anos. Sem pressões inflacionárias, o Federal Reserve (banco
central do país) não terá razões
para subir as taxas de juros tão cedo, dizem os analistas.
De acordo com relatório divulgado ontem pelo Departamento
do Trabalho dos EUA, o núcleo
(sem contar energia e alimentos)
do índice de preços ao consumidor ficou em 1,1% nos 12 meses
encerrados em novembro, o menor desde 1966. Esse é um dos índices mais observados pelo Fed.
No mês passado, o índice de
preços ao consumidor registrou
uma queda de 0,2% na comparação com outubro. O núcleo do índice apontou um recuo de 0,1%, a
primeira diminuição nos preços,
por esse critério, desde 82.
"Os números dão base à própria
estimativa do Fed de que a inflação ficará retraída nos próximos
seis meses", disse Cary Leahey,
economista sênior do Deutsche
Bank Securities em Nova York.
"Isso sustenta a noção de que o
Fed talvez não aumente os juros
no ano que vem."
Na semana passada, o comitê de
política monetária do Federal Reserve decidiu manter a taxa básica
de juros em 1% ao ano, o nível
mais baixo desde 1958. Segundo
nota divulgada pelo Fed, há evidências de fortalecimento da atividade econômica, mas a inflação
segue sob controle, e, assim, os juros poderiam seguir baixos "por
um período considerável".
Juros baixos nos EUA são boa
notícia para o Brasil. Se o Fed elevar suas taxas de maneira acentuada, investir nos EUA passaria a
ser mais atraente, e o BC brasileiro teria menos espaço para cortar
a Selic (taxa básica do país).
Bons números
A queda no índice de preços poderia ser um sinal de fragilização
da economia americana, mas outros números divulgados ontem
mostram que a retomada do país
segue estável.
De acordo com o Federal Reserve, a produção industrial norte-americana cresceu 0,9% no mês
passado. O avanço foi o maior dos
últimos quatro anos.
O aquecimento na atividade da
indústria reduziu a capacidade
ociosa. A utilização da capacidade
instalada ficou em 75,7% no mês
passado, o maior índice desde setembro do ano passado, mas num
nível que ainda não é considerado
inflacionário, de acordo com os
economistas.
Já de acordo com o Departamento de Comércio, o déficit comercial no terceiro trimestre ficou em US$ 135 bilhões. Ainda
que elevado, o saldo negativo é inferior ao do segundo trimestre do
ano, quando havia sido de US$
139,4 bilhões.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Habitação: FGTS terá R$ 7,4 bi para investir em 2004 Próximo Texto: Pesquisa: Gestores apostam em alta de ações em mercado emergente, em 2004 Índice
|