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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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PESQUISA

Banco Merrill Lynch ouviu 301 administradores

Gestores apostam em alta de ações em mercado emergente, em 2004

ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano de 2004 deverá ser de investimentos em ações, principalmente em mercados emergentes. É o que revela pesquisa concluída pelo banco Merrill Lynch com 301 gestores de fundos de investimentos de todo o mundo.
Perguntados sobre perspectivas de valorização do mercado de ações, 80% dos entrevistados apostam em alta nos próximos doze meses. Prevalece, no entanto, os que esperam ganhos baixos, de apenas um dígito (63%).
Quanto às regiões em que pretendem investir, 34% dizem que gostariam de aumentar sua exposição a mercados emergentes em relação aos demais, contra apenas 5% que devem reduzi-la.
Em relação aos Estados Unidos, a tendência é oposta: apenas 12% afirmam que gostariam de aumentar sua carteira de ações norte-americanas em comparação à média, e outros 40% dizem que gostariam de reduzir sua exposição relativa ao país.
"Os gestores estão muito interessados nos mercados emergentes e esperam maiores retornos desses países em 2004", afirma David Bowers, estrategista-chefe de investimentos do Merril Lynch em Londres.
Segundo Bowers, o interesse maior está nos países asiáticos, principalmente na China.
Mas esse otimismo tende a ser reduzido no fim de 2004. A causa será o provável aumento de juros pelo Fed (Federal Reserve) nos Estados Unidos. Os entrevistados apostam em um início de aperto da política monetária norte-americana daqui a sete meses.
"Sem dúvida, isso [esse aumento] deve reduzir a liquidez mundial e retirar recursos de países emergentes. O que significa que, em 2005, o cenário para esses países pode mudar", diz Bowers.

Economia global
A razão para a expectativa de elevação de juros, no entanto, é boa. Por trás disso estão fortes apostas em continuação da retomada da economia global em 2004. Entre os entrevistados, 69% apostam em uma economia mundial mais forte em 2004. Apenas 12% falam em piora.
"A forte confiança dos gestores na recuperação da economia global nos surpreendeu. Há, visivelmente, a expectativa de um maior apetite por risco que já vem aumentando muito", diz Bowers.
Embora citem o desempenho da China como um dos fatores que contribuirão bastante para a recuperação global no próximo ano, os Estados Unidos continuarão sendo o motor dessa retomada. Isso deve levar a um aumento da inflação norte-americana e, consequentemente, a uma elevação dos juros.


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