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Setor deve US$ 477,6 bilhões nos EUA
SHEILA MCNULTY
DO "FINANCIAL TIMES", EM HOUSTON
A crise de débito do setor de gás
e energia nos Estados Unidos
continua a crescer, e o total de endividamento das empresas atingiu US$ 477,6 bilhões no ano passado. Ao final de 2001, o total era
de US$ 450 bilhões.
As distribuidoras são responsáveis por uma boa parte dessa dívida, de acordo com a SNL Financial, uma empresa independente
de pesquisa. Segundo a consultoria, apenas as nove principais distribuidoras elétricas, como a El
Paso e a Duke Energy, acumulam
um débito de US$ 116,5 bilhões.
"O problema do endividamento
do setor de energia alcançou proporções críticas", afirmou Karl
Miller, sócio de uma empresa que
negocia energia no mercado norte-americano. "As companhias
simplesmente não têm o fluxo de
caixa necessário para pagar o serviço da dívida."
O valor de mercado conjunto
das nove principais distribuidoras é hoje de US$ 28,1 bilhões. A
cifra representa uma queda de
mais de 70% em relação ao valor
que elas tinham antes do colapso
da Enron, em dezembro de 2001.
Com a quebra da Enron, que era
a maior do setor e pediu concordata depois de denúncias de fraudes fiscais e contábeis, a maioria
das empresas teve sua classificação de crédito rebaixada para a
categoria "junk bonds" (alta probabilidade de inadimplência).
Os principais bancos dos EUA,
como o JP Morgan Chase e o Citigroup, viram-se forçados a fazer
grandes provisões para se protegerem dos calotes do setor. De
acordo com especialistas, as instituições financeiras enfrentarão
perdas bilionárias.
Segundo a Standard & Poor's,
agência de classificação de crédito, as companhias de energia enfrentarão, somente neste ano, cerca de US$ 40 bilhões em vencimentos. Algumas distribuidoras
já vislumbram a concordata.
Não apenas bancos norte-americanos terão seus balanços afetados pela crise do setor energético.
Também as grandes instituições
européias se preparam para
amargar grandes perdas. Segundo a S&P, os europeus emprestaram US$ 70 bilhões às empresas
dos EUA, e, nos próximos quatro
anos, vencem US$ 43 bilhões.
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