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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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SAFRA MENOR

Seriam necessárias 130 mil toneladas, o dobro do comprado em 2002

Brasil vai ter de importar algodão

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil será obrigado a importar algodão neste ano. O volume ainda não foi definido, pois a safra do produto ainda está em andamento, no entanto a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que serão necessárias cerca de 130 mil toneladas para suprir a demanda do mercado interno.
Esse volume é quase o dobro das 74 mil toneladas importadas em 2002. Segundo Djalma Fernandes, analista de mercado da Conab, apesar do provável acréscimo de 3% nesta safra ante a safra passada, o Brasil permanecerá dependente de compras externas.
"O consumo nacional fica em torno de 800 mil toneladas. Mesmo que produção brasileira atinja 790 mil toneladas neste ano, continuaremos a importar, porque o Brasil também é exportador de algodão e, em média, 20% do que é produzido aqui vai para o mercado externo", diz Fernandes.
Cálculos da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) indicam que nesta safra haverá um aumento de apenas 1% na área plantada no Brasil.
A opinião é partilhada por Paulo Peixoto, gerente-executivo do Fialgo (Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão de Goiás). O Estado, que é o segundo maior produtor nacional, manteve a área plantada estável em torno de 90 mil hectares nesta safra com um acréscimo estimado de 4% na produção.
Previsões da FNP Consultoria indicam que a produção mundial cairá de 21,35 mil toneladas métricas na safra 2001/02 para 19,28 mil toneladas métricas na safra atual. O Paraguai, principal fornecedor do Brasil, reduziu sua produção em 50% no ano passado.
Para suprir o recuo da oferta do algodão paraguaio, a opção seria recorrer ao aumento de compras do segundo principal fornecedor do país: os EUA.
O problema, entretanto, é que 72% da produção algodoeira norte-americana é transgênica, segundo cálculos de especialistas. Índia e China, sétimo e oitavo colocados, respectivamente, no ranking de exportadores para o Brasil, também têm extensas áreas de cultivo de algodão geneticamente modificado.
Para os produtores brasileiros, a importação de produtos desses países é desleal. "O custo de produção de transgênicos é muito mais baixo", Jacobsen.
O Ministério da Agricultura afirmou que não há registro de entrada de algodão transgênico no país e que somente algodão convencional será importado.


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