São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

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outro lado

Banco nega ligação com fundos Madoff

DA REPORTAGEM LOCAL

O Safra Group nega que tenha distribuído o fundo Zeus Partners Limited, que, segundo reportagem do "Financial Times", verteu recursos para a Bernard Madoff Securities, empresa do ex-presidente da Nasdaq (a Bolsa eletrônica dos EUA) acusado de criar um esquema fraudulento que causou prejuízos de US$ 50 bilhões a investidores no mundo.
"Não estamos envolvidos com a Bernard Madoff Securities", afirmou em entrevista à Folha Robert Sigfried, porta-voz do Grupo Safra, em Nova York. Segundo ele, a única ligação do Safra com o Zeus ocorreu por meio do Banque Jacob Safra Limited, em Gibraltar. "Essa instituição, parte do grupo Safra, fez apenas a operação de custódia do fundo, uma operação comum no mercado exigida pelas autoridades financeiras em todo o mundo."
Sigfried negou ainda que Joseph Safra, um dos sócios do Grupo Safra, tenha investido pessoalmente US$ 330 milhões no Zeus. "Ele nunca investiu nesse fundo nem em nenhum outro administrado pela Madoff."
Ainda segundo Sigfried, algumas filiais do banco Safra no exterior atenderam a pedidos individuais de determinados clientes que solicitaram ao banco que os ajudasse a participar do Zeus e de outros fundos não oferecidos pelo Safra. "Isso não significa que distribuíamos esses fundos."
No Brasil, muitos perderam fortunas com a Madoff. A Folha apurou que apenas um deles teve prejuízo de US$ 80 milhões e está recorrendo na Justiça americana. Sigfried afirma que é possível que clientes brasileiros, titulares de contas do Safra no exterior, tenham utilizado os serviços do banco lá fora para aplicar com Madoff. "O Safra no Brasil não ofereceu esse serviço", diz.
De acordo com ele, quando um cliente pede ajuda do Safra para investimentos em fundos que não fazem parte de sua carteira, eles enviam, em papel timbrado do banco, o perfil completo dos fundos solicitados. "Foi o que aconteceu com os clientes que pediram nossa ajuda para aplicarem no Zeus", afirma. "É nossa obrigação informá-los de tudo, principalmente sobre os riscos e a rentabilidade. No caso do Zeus, está no documento, ao qual o "Financial Times" teve acesso, que aquelas informações não se referiam a um fundo distribuído pelo Safra", afirma.


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