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Ministro nega que tenha ocorrido pressão política para cortar juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Pedro Malan (Fazenda) negou ontem pressões políticas para que o Banco Central
cortasse os juros básicos da economia. "Nem eu nem o presidente Fernando Henrique Cardoso
nunca, ao longo desse período, fizemos qualquer pressão em assuntos do BC. A decisão é tomada
independentemente, levando em
conta critérios técnicos, dentre os
quais é fundamental olhar o comportamento da inflação, não para
os próximos meses, mas para os
próximos 18 a 24 meses", disse
Malan, em coletiva à imprensa.
Questionado se teria havido alguma mudança na economia, entre a última reunião do Comitê de
Política Monetária e a de ontem,
que justificasse o corte de juros,
Malan citou as mudanças feitas
pelo CMN (Conselho Monetário
Nacional) na meta de inflação para 2003, que subiu de 3,25% para
4%. Além disso, o CMN aumentou de dois pontos percentuais
para dois pontos e meio a margem de tolerância em torno do
centro da meta.
Projeções
"O fato de que foi revista a meta
de inflação para 2003, que agora é
de 4% mais 2,5 pontos percentuais, e as projeções do BC, que indicam inflação mais baixa, devem
ser o que fizeram tecnicamente o
BC tomar a decisão que tomou",
disse.
Desde que o BC anunciou, no
mês passado, manutenção da meta para a taxa básica (Selic), em
18,5%, com viés de baixa, os indicadores do mercado financeiro
praticamente não se alteraram.
O dólar permaneceu alto, os juros no mercado futuro pouco recuaram e o risco-país manteve-se
superior a 15 pontos percentuais.
A justificativa dada pelo BC na
última da ata do Copom para não
ter cortado os juros era a turbulência no mercado financeiro, que
parece não ter terminado.
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