São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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Ministro nega que tenha ocorrido pressão política para cortar juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) negou ontem pressões políticas para que o Banco Central cortasse os juros básicos da economia. "Nem eu nem o presidente Fernando Henrique Cardoso nunca, ao longo desse período, fizemos qualquer pressão em assuntos do BC. A decisão é tomada independentemente, levando em conta critérios técnicos, dentre os quais é fundamental olhar o comportamento da inflação, não para os próximos meses, mas para os próximos 18 a 24 meses", disse Malan, em coletiva à imprensa.
Questionado se teria havido alguma mudança na economia, entre a última reunião do Comitê de Política Monetária e a de ontem, que justificasse o corte de juros, Malan citou as mudanças feitas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) na meta de inflação para 2003, que subiu de 3,25% para 4%. Além disso, o CMN aumentou de dois pontos percentuais para dois pontos e meio a margem de tolerância em torno do centro da meta.

Projeções
"O fato de que foi revista a meta de inflação para 2003, que agora é de 4% mais 2,5 pontos percentuais, e as projeções do BC, que indicam inflação mais baixa, devem ser o que fizeram tecnicamente o BC tomar a decisão que tomou", disse.
Desde que o BC anunciou, no mês passado, manutenção da meta para a taxa básica (Selic), em 18,5%, com viés de baixa, os indicadores do mercado financeiro praticamente não se alteraram.
O dólar permaneceu alto, os juros no mercado futuro pouco recuaram e o risco-país manteve-se superior a 15 pontos percentuais.
A justificativa dada pelo BC na última da ata do Copom para não ter cortado os juros era a turbulência no mercado financeiro, que parece não ter terminado.



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