São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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EUA EM CRISE

Após cair 7 pregões, Bolsa de NY fica no azul; Greenspan diz que escândalos não afetam fundamentos econômicos

Dow Jones respira e volta a fechar em alta

DA REDAÇÃO

O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu ontem 0,82% e interrompeu a sequência negativa, que tinha chegado a sete dias consecutivos de queda. Mas os ganhos de ontem estão longe de ofuscar as perdas de quase 10% registradas desde o começo da semana passada. A Nasdaq fechou em alta de 1,6%, enquanto o S&P 500 subiu 0,57%.
No começo do pregão, o Dow Jones chegou a disparar 3%, empurrado pelos bons resultados trimestrais divulgados por algumas companhias. A ascensão influenciou o mercado europeu, que fechou em alta.
Mas, ao longo do dia, o mau humor voltou a dominar Wall Street. Além do receio em relação aos balanços das corporações, os analistas consideram que as empresas não conseguirão repetir os bons resultados do último trimestre. "Os números das empresas são bons e a economia está bem, mas ainda há muito medo", disse Bob Basel, corretor sênior do banco Salomon Smith Barney.
"Há uma batalha entre duas frentes", disse Kevin Caron, estrategista de mercado da Ryan, Beck & Co. "Existem os pessimistas, preocupados com os escândalos contábeis, e há os que consideram que as ações estão com um preço atraente e procuram pechinchas para comprar."
O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Alan Greenspan, voltou a discursar ontem no Congresso, dessa vez na comissão de serviços financeiros da Câmara. Greenspan disse novamente que não espera que os escândalos abalem os fundamentos da economia do país.
"Temos uma economia admiravelmente eficiente e produtiva", afirmou Greenspan. "Até onde possa enxergar, a estrutura da economia não foi afetada."
O dólar deixou de cair ante o euro ontem e fechou em alta. A moeda dos 12 países da zona do euro encerrou o dia cotada a US$ 1,0066, praticamente em paridade com a divisa norte-americana.
A Bolsa de Londres, que havia caído para o seu pior nível desde 1996, subiu 4,19%. Paris ganhou 3,71%, e Frankfurt, 2,89%. Os mercados asiáticos, que costumam refletir as tendências internacionais com um dia de atraso, seguiram no vermelho.
O presidente dos EUA, George W. Bush, procurou ontem, mais uma vez, aplacar as desconfianças que pesam sobre a Casa Branca. Disse que está convicto de que seu vice, Dick Cheney, será absolvido das acusações de fraudes.
A SEC (Securities and Exchange Commission) está investigando as contas da empresa de serviços de energia Halliburton, que era presidida por Cheney.



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