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ALÍVIO
Produção industrial de junho supera a de maio, mas cai sobre junho de 2001
Indústria da
Argentina dá sinais de recuperação
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
Depois de apresentar uma série
de indicadores catastróficos nos
últimos meses, a economia argentina pode ter finalmente encontrado um piso para a recessão.
O Indec (o IBGE local) divulgou
ontem que a indústria cresceu
1,6% em junho na comparação
com maio. Esse foi o terceiro mês
consecutivo de expansão industrial, algo que não acontecia desde
janeiro de 2000.
Na comparação com o ano passado, no entanto, os indicadores
permaneceram desesperadores.
A indústria caiu 13,2% em junho
na comparação com o mesmo
mês de 2001. Já no primeiro semestre a queda foi de 17,5%.
O próprio Indec se mostrou
cauteloso em relação aos números. "Não podemos assegurar que
isso seja um piso porque as expectativas dos industriais não confirmam a tendência", disse o diretor-geral do instituto, Juan Carlos
del Bello.
De acordo com estudo da consultoria privada Fiel divulgado
ontem, apenas 15% dos empresários argentinos acreditam que a
situação econômica vai melhorar
nos próximos meses, enquanto
82% não vêem uma reação.
A parte otimista dos empresários está concentrada nos setores
exportadores, que foram beneficiados pela desvalorização cambial de 70% do peso. Os fabricantes de carne, azeites e matérias-primas plásticas são os mais otimistas no médio prazo.
No entanto, a recessão na qual o
país está mergulhado nos últimos
quatro anos reduziu a demanda
interna, que ainda não deu sinais
de recuperação.
Por isso, os empresários que dependem do mercado local também foram prejudicados pela
desvalorização cambial porque
terão uma maior dificuldade em
honrar dívidas em dólar não
vêem motivos para otimismo.
Reservas
O Banco Central anunciou ontem que as reservas internacionais do país, que eram de US$ 14
bilhões no começo do ano, caíram abaixo dos US$ 9 bilhões.
Na segunda-feira, o país pagou
ao BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) uma dívida de
US$ 550 milhões, o que derrubou
as reservas para US$ 8,958 bilhões. Com isso, o BC terá menos
munição para fazer intervenções
no mercado de câmbio e conter a
alta do dólar nos próximos dias.
Na segunda-feira, o ministro
Roberto Lavagna (Economia)
prometeu recuperar parte do dinheiro com um empréstimo do
próprio BID de quase US$ 300
milhões que será liberado "em
seis semanas". Já o Bird anunciou
que vai liberar US$ 100 milhões
nos próximos dias.
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