São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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Fracasso de plano estimula boatos sobre ministro

DE BUENOS AIRES

O fracasso do plano do governo argentino para eliminar as restrições para o saque de depósitos bancários detonou ontem nova onda de boatos sobre a renúncia de seu criador: o ministro Roberto Lavagna (Economia).
O plano concedeu aos correntistas a opção de trocar os depósitos congelados por títulos públicos. O governo calcula que a adesão ao plano ficou entre 15% e 20% dos correntistas.
Lavagna esperava uma adesão mínima de 30% e ignorou antigas advertências do Banco Central e do FMI (Fundo Monetário Internacional) de que não haveria procura pelos papéis.
Após o fracasso, o presidente Eduardo Duhalde teria autorizado, segundo a imprensa local, o presidente do BC, Aldo Pignanelli, a passar por cima de Lavagna e discutir pessoalmente com o FMI como eliminar o curralzinho.
Pignanelli viajou aos EUA, onde se reuniu com a vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, e com o diretor para América Latina do organismo, Anoop Singh. Ele pediria o apoio do Fundo para a eliminação das restrições bancárias impostas pelo curralzinho para as contas de até 10 mil pesos.
Para Lavagna, o plano do BC aumentaria a procura pelo dólar e elevaria a inflação a menos que a economia voltasse a crescer e a Suprema Corte impedisse o vazamento de recursos do curralzinho por meio de processos judiciais. Segundo o jornal "Buenos Aires Económico", Lavagna teria cogitado renunciar devido à falta de apoio de Duhalde e que seu substituto poderia ser o ex-presidente do BC Mario Blejer. (JS)


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