São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Redução não era esperada; fusão da CSN impulsiona Bolsa e juros futuros se ajustam à nova taxa

Corte dos juros surpreende investidores

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Banco Central de reduzir os juros brasileiros em meio ponto percentual surpreendeu o mercado. Mas ainda não é possível afirmar se foi de uma maneira positiva ou negativa.
Houve motivos específicos que definiram a alta de 0,87% do dólar e a valorização da Bolsa.
Os juros futuros também caíram, mas há muito tempo estavam em níveis bastante elevados e seria natural que se ajustassem à nova taxa.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os contratos de janeiro de 2003, os que concentram maior número de negócios, passaram de 23,12% para 21,94%.
Analistas avaliam que um corte da taxa de juros sempre é positivo, em especial porque o juro real brasileiro é um dos maiores do mundo. Mas questionam o momento em que a redução foi adotada -um dia depois de pesquisa de intenção de voto mostrar o candidato governista José Serra (PSDB) sendo superado por Ciro Gomes (PPS), de oposição.
Como os indicadores financeiros, dólar e risco-país, por exemplo, pioraram da última reunião do Copom para cá, muitos avaliaram que a decisão foi política. O BC teria cortado os juros como uma forma de impulsionar a candidatura de Serra e não teria sido coerente com sua última ata, que demonstrava preocupação com a vulnerabilidade do mercado e o descontrole da inflação.
Para Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management, afirmar que o BC teve uma decisão política é "conversa de economistas que erraram em suas projeções": "Se o BC estivesse agindo politicamente, não teria mantido as taxas inalteradas desde março. Foi uma decisão técnica, baseada na revisão das metas de inflação para o ano que vem", afirmou.
A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,67%, para 10.754 pontos e girou R$ 542,242 milhões. No entanto, mais do que o corte dos juros, impulsionou a valorização o anúncio da fusão da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) com o grupo anglo-holandês Corus. As ações da CSN foram as mais negociadas dentre os papéis que compõem o Ibovespa e giraram R$ 101 milhões. A ação ordinária da empresa liderou as altas do dia entre os papéis do Ibovespa, com valorização de 15,2%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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