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BANCOS
Instituição perdeu R$ 132 milhões com mudança em aplicações em títulos
Caixa lucra R$ 564 mi no 1º semestre
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As mudanças nas regras sobre aplicações em títulos públicos por
parte de bancos e fundos de investimento trouxeram perdas de R$
132 milhões para a Caixa Econômica Federal, de acordo com o
balanço que a instituição divulgou ontem.
Essas perdas contribuíram para
que a Caixa tivesse um prejuízo de
R$ 46 milhões no mês de junho.
Com isso, o lucro acumulado pela
instituição no primeiro semestre
ficou em R$ 564 milhões -contra
R$ 610 milhões que haviam sido
registrados entre janeiro e maio.
No primeiro semestre de 2001, o
prejuízo da Caixa havia sido de R$
4,393 bilhões.
Pelas novas regras, criadas pelo
Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários),
bancos e fundos de investimento
foram obrigados a contabilizar os
títulos que fazem parte de sua carteira com base no valor de mercado dos papéis. Até maio, o registro podia ser feito pelo valor de
aquisição de cada título, que era
corrigido periodicamente por
uma determinada taxa de juros.
As perdas dos fundos foram
percebidas mais rapidamente,
pois refletiram instantaneamente
no valor da aplicação dos investidores. Nos bancos, os prejuízos só
são percebidos quando são divulgadas as demonstrações financeiras de cada instituição.
A Caixa possui uma grande
quantidade de títulos públicos,
recebidos do governo no ano passado, como parte do Proef (Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais).
Em valores de junho deste ano,
esses papéis somavam cerca de R$
48,7 bilhões.
Mesmo assim, as perdas da Caixa com as novas regras de contabilização não foram tão grandes
devido a uma exceção aberta pelo
BC e pela CVM: pelas regras em
vigor desde maio, bancos e fundos de investimento não precisariam contabilizar pelo valor de
mercado títulos que não fossem
vendidos até o seu vencimento.
Em outras palavras, se a instituição se comprometer a continuar
com os títulos públicos nas mãos
até o dia de seu vencimento, a
contabilização a valor de mercado
não é obrigatória.
A Caixa se compromete a manter, até o vencimento, R$ 35,6 bilhões em títulos públicos. Por isso, esses papéis não foram afetados pelas novas regras. O resultado da Caixa no primeiro semestre
também foi influenciado pelo aumento de 42,9% nas receitas por
prestações de serviços, que chegaram a R$ 2 bilhões no período.
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