São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

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BANCOS

Instituição perdeu R$ 132 milhões com mudança em aplicações em títulos

Caixa lucra R$ 564 mi no 1º semestre

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As mudanças nas regras sobre aplicações em títulos públicos por parte de bancos e fundos de investimento trouxeram perdas de R$ 132 milhões para a Caixa Econômica Federal, de acordo com o balanço que a instituição divulgou ontem.
Essas perdas contribuíram para que a Caixa tivesse um prejuízo de R$ 46 milhões no mês de junho. Com isso, o lucro acumulado pela instituição no primeiro semestre ficou em R$ 564 milhões -contra R$ 610 milhões que haviam sido registrados entre janeiro e maio. No primeiro semestre de 2001, o prejuízo da Caixa havia sido de R$ 4,393 bilhões.
Pelas novas regras, criadas pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), bancos e fundos de investimento foram obrigados a contabilizar os títulos que fazem parte de sua carteira com base no valor de mercado dos papéis. Até maio, o registro podia ser feito pelo valor de aquisição de cada título, que era corrigido periodicamente por uma determinada taxa de juros.
As perdas dos fundos foram percebidas mais rapidamente, pois refletiram instantaneamente no valor da aplicação dos investidores. Nos bancos, os prejuízos só são percebidos quando são divulgadas as demonstrações financeiras de cada instituição.
A Caixa possui uma grande quantidade de títulos públicos, recebidos do governo no ano passado, como parte do Proef (Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais). Em valores de junho deste ano, esses papéis somavam cerca de R$ 48,7 bilhões.
Mesmo assim, as perdas da Caixa com as novas regras de contabilização não foram tão grandes devido a uma exceção aberta pelo BC e pela CVM: pelas regras em vigor desde maio, bancos e fundos de investimento não precisariam contabilizar pelo valor de mercado títulos que não fossem vendidos até o seu vencimento.
Em outras palavras, se a instituição se comprometer a continuar com os títulos públicos nas mãos até o dia de seu vencimento, a contabilização a valor de mercado não é obrigatória.
A Caixa se compromete a manter, até o vencimento, R$ 35,6 bilhões em títulos públicos. Por isso, esses papéis não foram afetados pelas novas regras. O resultado da Caixa no primeiro semestre também foi influenciado pelo aumento de 42,9% nas receitas por prestações de serviços, que chegaram a R$ 2 bilhões no período.



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