São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

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AVIAÇÃO

Varig e Vasp só terão direito a empréstimos do BNDES se renegociarem débitos de quase R$ 2 bi com a Previdência

Dívidas podem impedir socorro a aéreas

JULIANNA SOFIA
MARIANA MAINENTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Varig e a Vasp estão impedidas legalmente de recorrer ao socorro financeiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) se não renegociarem uma dívida de quase R$ 2 bilhões que têm com a Previdência Social.
A saída para o problema deve passar por uma operação casada em que o governo liberaria o empréstimo do BNDES para as empresas mediante o acerto dessa dívida.
O ministro da Previdência, José Cechin, disse à Folha que as duas empresas não têm Certidão Negativa de Débito do órgão, o que as proíbe de realizar operações financeiras com bancos oficiais.
Técnicos envolvidos na negociação informaram que o problema da dívida tem solução simples. Ontem, o assunto foi analisado durante reunião de diretores do BNDES. Bastaria as empresas procurarem o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para renegociar a dívida.
Há duas semanas, o governo anunciou um pacote de ajuda às companhias aéreas que inclui capitalização das empresas com dinheiro do BNDES. A Varig vem negociando com o banco os termos do empréstimo. O custo das medidas no pacote poderia dar uma ajuda de até R$ 1 bilhão para as empresas aéreas.
O presidente da Vasp, Wagner Canhedo, também já manifestou interesse em usar dinheiro do BNDES. A estratégia, entretanto, é esperar o desfecho das negociações com a Varig para depois procurar oficialmente o banco.
A dívida da Varig com a Previdência é de R$ 1,096 bilhão. A Nordeste e a Rio Sul, companhias aéreas que também pertencem à empresa, contabilizam débitos de R$ 52 milhões com o INSS.
A dívida da Vasp com a Previdência totaliza R$ 792 milhões.


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