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TRABALHO
Setores reúnem 40 mil pessoas; bancários decidem manter paralisação
Metalúrgicos do ABC entram
em greve a partir de segunda
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metalúrgicos do ABC que
trabalham em empresas do grupo
9 (máquinas e aparelhos elétricos), 10 (lâmpadas e artefatos de
ferro) e nas indústrias de fundição
entram em greve na segunda-feira. Esses setores, juntos, reúnem
cerca de 40 mil trabalhadores.
A decisão foi tomada em assembléia realizada ontem à noite em
São Bernardo do Campo, com a
presença de cerca de 1.500 empregados, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A categoria quer reposição integral da inflação, aumento real de
4% nos salários, controle das horas extras efetuadas e o direito de
o sindicato fiscalizar as empresas
terceirizadas. A greve será realizada em setores que não negociaram com a categoria. As montadoras e as fábricas de autopeças,
que reúnem juntas 65 mil trabalhadores, fecharam acordos garantindo reajuste de 10% -o que
inclui aumento real de 4%.
"Teimaram em não apresentar
proposta, portanto, não resta outra alternativa. Nas fábricas onde
não há acordo haverá greve a partir de segunda", disse José Lopez
Feijóo, presidente do sindicato.
Nesta semana, os metalúrgicos
já fizeram paralisações parciais
em empresas desses segmentos.
Os químicos do ABC também
fazem protestos nas fábricas da
região na segunda-feira. Eles pedem 17,26% de reajuste.
Já a greve dos bancários atingiu
200 mil trabalhadores -metade
da categoria- em 18 capitais e
pelo menos 31 cidades do país, segundo informou a CNB-CUT
(Confederação Nacional dos Bancários). Os bancos negam a adesão e informam que a paralisação,
iniciada há três dias, atinge no
máximo cerca de 5% do total de
pontos de atendimento -35 mil.
Os bancários pediram oficialmente à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a reabertura
das negociações.
Em São Paulo, cerca de 4.000
funcionários de bancos públicos e
privados fizeram passeata ontem,
à tarde, da avenida Paulista à Câmara de São Paulo. Em assembléia, decidiram manter a greve.
No Rio também houve uma
passeata, que saiu da av. Presidente Vargas em direção à Cinelância
(centro), com cerca de 2.000 manifestantes. A categoria quer 25%
de reajuste, além de lucros, e recusou a proposta negociada com os
bancos -previa reajuste de 8,5%
a 12,77%, o que inclui ganho real
de 1,74% a 5,75%.
A CNB estima que a paralisação
tenha a adesão de 90% dos 85 mil
empregados do Banco do Brasil,
70% dos 55 mil empregados da
Caixa Econômica Federal e cerca
de 85 mil de bancos privados.
A greve completou três dias nos
Estados de São Paulo, Rio e Santa
Catarina e ontem se estendeu a
Bahia, Acre, Pará, Amapá, Maranhão, Paraíba e Minas Gerais.
Em Presidente Prudente, cerca
de 50 pessoas ligadas ao MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) acamparam
ontem nas agências do Bradesco e
do BCN em solidariedade aos
bancários.
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