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Patrimônio de fundos de previdência supera o de ações
Para analistas, um dos motivos é maior preocupação com poupança de longo prazo
Diferença pró-previdência privada supera R$ 6 bilhões; no começo do ano, fundos de ações tinham vantagem superior a R$ 5 bilhões
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fundos de previdência privada seguem atraindo forte volume de recursos a cada mês e
seu patrimônio já supera o dos
fundos de ações. Levantamento da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) mostra que os fundos de
previdência registravam patrimônio líquido de R$ 66,31 bilhões no último dia 11, contra
R$ 59,98 bilhões dos de ações.
Em janeiro deste ano, os números eram R$ 57,29 bilhões
para as ações e R$ 52,14 bilhões
para os fundos de previdência.
Para profissionais do setor, o
movimento é explicado pela estabilidade econômica e pela
maior preocupação das pessoas
com poupança de longo prazo.
"Há um movimento de maior
atenção das pessoas em relação
ao futuro", disse Marco Antônio Rossi, diretor-presidente
da Bradesco Vida e Previdência. "Há um espaço muito grande para esse segmento crescer."
Segundo ele, a Bradesco conta
com 2 milhões de clientes com
planos de previdência.
Os números da Anbid mostram que os fundos de previdência registram neste ano
captação líquida -a diferença
entre o aplicado e o resgatado-
de R$ 9,95 bilhões. Essa cifra
perde só para o resultado da
renda fixa (captação de
R$ 10,61 bilhões no ano) e dos
multimercados (com captação
de R$ 21,32 bilhões). Mas esses
segmentos são bem maiores
que o de previdência.
"A expansão do mercado de
previdência está ligada à estabilidade econômica, que faz
com que o cidadão confie mais
nos investimentos de longo
prazo", afirmou Osvaldo do
Nascimento, presidente da
Anapp (Associação Nacional da
Previdência Privada) e diretor-executivo do Itaú Vida e Previdência. "O mercado de previdência deve crescer entre 30%
e 35% neste ano."
As dificuldades enfrentadas
pelo sistema de previdência social brasileiro também pesam
na decisão de buscar um investimento que possa representar
uma renda extra na hora da
aposentadoria. "Acho que o
mercado tem muito para crescer ainda. Hoje a previdência
ainda está perdendo para o
consumo imediato. A busca pela satisfação no presente muitas vezes acaba por superar o
prazer no futuro", afirma Marcelo Teixeira, diretor-superintendente do HSBC Seguros.
O VGBL (Vida Gerador de
Benefício Livre) tem tido importante peso para a expansão
do mercado de previdência privada. Ao lado do PGBL (Plano
Gerador de Benefício Livre),
ele é a principal opção para o
investidor pessoa física entrar
na previdência privada.
Dados da Anapp mostram
que o VGBL respondeu por
63% da captação do mercado
no primeiro semestre.
Analistas afirmam que muita
gente tem aplicado em um
VGBL sem estar pensando na
aposentadoria, mas apenas em
uma forma de investir.
Os fundos de previdência não
têm todos a mesma rentabilidade. O investidor deve estar
atento ao perfil da aplicação.
O maior volume desses fundos está atrelado a aplicações
de renda fixa -são lastreados a
títulos que rendem taxas de juros. Assim, representam riscos
muito menores, mas têm menos chances de darem retornos
muito acima da média.
Porém há parcelas dessas
aplicações -variáveis de instituição a instituição- que podem ser investidas em ações ou
outros instrumentos de renda
variável, que dão oportunidades maiores de retornos mais
expressivos, mas carregam riscos bem mais elevados.
Portanto, os potenciais aplicadores da previdência privada
devem estar atentos ao que oferece o produto da instituição financeira que procurarem.
Normalmente é cobrada uma
taxa de administração, que pode chegar a 5%. Além disso, há a
alíquota do Imposto de Renda.
Pela tabela regressiva criada
pelo governo, quem mantiver
por mais tempo os recursos
aplicados paga menos IR.
O investidor que mantiver os
recursos em um plano de previdência privada por dois anos ou
menos pagará alíquota de IR de
35%. Para quem tiver mais paciência (ou tiver montado um
plano de previdência pensando
na aposentadoria), a vantagem
é maior. A alíquota de IR para
quem não mexer nos recursos
por 10 anos ou mais é de 10%.
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