|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundo defende "precarização' do emprego, afirma Argentina
DO ENVIADO ESPECIAL
A ministra da Economia da
Argentina, Felisa Miceli, acusou o Fundo de ser um "instrumento" da precarização do emprego no mundo ao cobrar de
seus países-membros a chamada "flexibilização" do trabalho
-o enxugamento de leis que
muitas vezes garantem direitos
trabalhistas.
"Antes de advogar mais "flexibilização", o FMI deveria se
conformar com as leis locais e
consultar a OIT (Organização
Internacional do Trabalho). Isso até ajudaria o Fundo a ganhar uma legitimidade maior",
disse, em discurso no Comitê
Monetário e Financeiro Internacional do FMI.
Para a ministra, o propósito
da redução das leis trabalhistas
é maximizar ganhos das empresas internacionais.
Miceli atacou ainda o recente
discurso do FMI de que estaria
havendo um "retorno ao protecionismo" em vários países. "O
grande volume de desequilíbrios comerciais que vemos hoje só revela a falta de efetividade das ações de monitoramento do Fundo em relação a taxas
de câmbio em vários países. Se
o problema não é atacado, alguém propõe outra solução.
Não surpreende a volta do protecionismo, principalmente
nos países que têm a chave para
o sucesso das negociações comerciais agora em curso."
Há anos o Fundo vem sugerindo que a China, por exemplo, valorize a sua moeda, o
yuan, para exportar menos e
importar mais. As cobranças,
porém, são sempre indiretas e
diplomáticas.
Sobre os chamados desequilíbrios globais, Miceli disse que
o FMI deveria "dar mais ênfase
a políticas que promovam mais
distribuição de riquezas a países que ainda estão privados
dos benefícios da globalização".
(FCZ)
Texto Anterior: Após derrota em processo de reforma, ministro brasileiro ataca e ironiza o FMI Próximo Texto: Bolívia fala em negociação mais "técnica" Índice
|