São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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Fundo defende "precarização' do emprego, afirma Argentina

DO ENVIADO ESPECIAL

A ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, acusou o Fundo de ser um "instrumento" da precarização do emprego no mundo ao cobrar de seus países-membros a chamada "flexibilização" do trabalho -o enxugamento de leis que muitas vezes garantem direitos trabalhistas.
"Antes de advogar mais "flexibilização", o FMI deveria se conformar com as leis locais e consultar a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Isso até ajudaria o Fundo a ganhar uma legitimidade maior", disse, em discurso no Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI.
Para a ministra, o propósito da redução das leis trabalhistas é maximizar ganhos das empresas internacionais.
Miceli atacou ainda o recente discurso do FMI de que estaria havendo um "retorno ao protecionismo" em vários países. "O grande volume de desequilíbrios comerciais que vemos hoje só revela a falta de efetividade das ações de monitoramento do Fundo em relação a taxas de câmbio em vários países. Se o problema não é atacado, alguém propõe outra solução. Não surpreende a volta do protecionismo, principalmente nos países que têm a chave para o sucesso das negociações comerciais agora em curso."
Há anos o Fundo vem sugerindo que a China, por exemplo, valorize a sua moeda, o yuan, para exportar menos e importar mais. As cobranças, porém, são sempre indiretas e diplomáticas.
Sobre os chamados desequilíbrios globais, Miceli disse que o FMI deveria "dar mais ênfase a políticas que promovam mais distribuição de riquezas a países que ainda estão privados dos benefícios da globalização". (FCZ)


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