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Para Armínio, é difícil medir otimismo nos EUA
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, que participou
ontem de um seminário promovido pelo banco JP Morgan em
Nova York, disse que "é difícil dizer" se os presentes estavam otimistas em relação à economia
brasileira.
Entre os participantes, estavam
o ex-secretário de Estado dos
EUA Henry Kissinger; o presidente do JP Morgan, Bill Harrison; George Schultz, que ocupou
cargos nos governos de George
Bush (pai) e Ronald Reagan e dez
grandes empresários americanos.
Segundo Armínio, não é fácil dizer se os americanos estão otimistas quanto ao Brasil. Para ele, os
empresários americanos estão
olhando a economia mundial para ver para que lado ela vai, antes
de adotar qualquer tipo de posicionamento em relação ao Brasil.
A respeito da economia dos
EUA, Armínio afirmou, com certa preocupação, que ela não pode
voltar a entrar em recessão.
"Não pode haver um "double
deep" [recessão dupla] nos EUA",
disse o presidente do BC.
Segundo ele, isso seria muito
prejudicial não apenas para o
país, como para o resto do mundo. Ele aproveitou para ressaltar a
importância de uma recuperação
na economia brasileira.
"Se o mundo se recuperar, é
uma boa coisa. Mas, se o Brasil se
ajustar, o peso é bem maior."
Para Armínio, é possível ter
uma boa dose de otimismo em relação à economia do país. Ele afirmou que a conta corrente brasileira dá sinais diários de melhora.
"Os resultados do déficit na
conta corrente brasileira estão
surpreendentes, ele está caindo
todos os dias. Revisamos esse número para baixo todos os dias."
Perguntado se pretende trabalhar no mercado em nos EUA ou
em Nova York, Armínio disse que
não é isso o que quer.
"Não é minha intenção trabalhar aqui. Mas decidi só começar a
pensar nisso no dia que sair [do
BC]. Ainda tenho a quarentena de
quatro meses depois que sair."
No começo da noite de ontem,
Armínio daria uma palestra sobre
economia brasileira a convite do
grupo Money Marketeers. O grupo é presidido pelo vice-presidente do Fed (o BC americano) de
Nova York, Jamie B. Stewart, de
quem veio o convite para a palestra de Armínio. A maior parte da
platéia será formada por profissionais do mercado de renda fixa.
O presidente do Fed de Nova
York, William McDonough, disse
ontem, durante uma reunião sobre crises financeiras, que a ajuda
do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao Brasil vai funcionar.
"Se repararmos nos números,
não há razão alguma para que o
programa no Brasil não funcione
e não há nenhum motivo para
uma crise no Brasil", disse ele.
Para McDonough, o candidato
de oposição na eleição presidencial do país, Luiz Inácio Lula da
Silva, não vai tomar decisões econômicas erradas só porque é de
orientação política esquerdista.
"Não creio que ele fará coisas estúpidas."
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