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Gasoduto gera atrito entre estatal e agência
DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Publicada ontem no "Diário
Oficial", a nova resolução da ANP
(Agência Nacional do Petróleo)
que regulamenta o transporte em
gasodutos é o novo ponto de atrito entre a agência e a Petrobras.
O presidente da Petrobras, José
Sérgio Gabrielli, disse discordar
da portaria, que prevê o livre acesso de outras empresas que não as
proprietárias dos gasodutos em
caso de capacidade ociosa.
O problema está no prazo para a
quebra do direito de exclusividade no transporte do duto. A Petrobras queria que só depois de 15
anos da construção do duto fosse
concedido o livre acesso. A ANP,
que propôs inicialmente um prazo de quatro anos, determinou
seis anos após ouvir a sugestão
das companhias que operam dutos no país -a maior malha é da
Petrobras. "Essa é uma das legislações mais liberalizantes do
mundo. Ela prevê uma vida útil de
dez anos", criticou o presidente
da Petrobras, que participou no
Rio de almoço da Câmara de Comércio França-Brasil.
O superintendente de movimentação e comercialização de
petróleo e gás da ANP, Cesário
Cecchi, disse que seis anos é tempo suficiente para o investidor recuperar o que aplicou nos projetos. Afirmou ainda que a agência
foi flexível ao aumentar de quatro
para seis anos o prazo de concessão do livre acesso.
Cecchi declarou que a Petrobras
está "no papel dela" ao reclamar
por mais prazo. "Achei até modesto eles terem proposto 15 anos.
Se tivessem pedido 40, seria papel
deles", disse Cecchi, durante a 7ª
Rodada de Licitação da ANP.
Outro ponto de conflito é a tarifa. A Petrobras, dona de mais de
90% da estrutura de dutos do
país, queria a chamada tarifa postal, pela qual o consumidor de gás
(distribuidoras) paga pelo volume transportado, independentemente da distância. Já a resolução
da ANP prevê a cobrança de acordo com a distância da área produtora e compradora do gás.
A Petrobras diz que a decisão da
ANP compromete o abastecimento. "A tarifa por distância inviabiliza o gás do Nordeste", disse
Gabrielli. Para Cecchi, o modelo
dá vantagem aos Estados que estão próximos às reservas de gás.
Lei do Gás
Presente à abertura da 7ª Rodada, o ministro de Minas e Energia,
Silas Rondeau, disse que o objetivo do governo é unificar os dois
projetos sobre a nova Lei do Gás.
A idéia é negociar um acordo
com o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), que tem uma proposta alternativa à do governo,
para que um único projeto seja
apresentado na Câmara dos Deputados. Além da proposta de
Tourinho, o ministério preparou
uma minuta da lei a ser enviada à
Câmara. Segundo Rondeau, as
propostas são muito parecidas,
mas a do ministério é mais ampla.
(PS, JL E LB)
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