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Inflação nos EUA preocupa mercado, e Bolsas caem
Com novo dado, perde força aposta em queda dos juros
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados de inflação ao produtor nos Estados Unidos não
agradaram aos investidores ontem. As Bolsas fecharam no
vermelho nas principais praças
financeiras do mundo.
Por aqui, a Bolsa de Valores
de São Paulo terminou com
perdas de 0,85%, influenciada
negativamente pelo mercado
norte-americano. O risco-país
brasileiro fechou em alta de
1,43%, a 213 pontos.
A Nasdaq amargou queda de
0,80%. O índice Dow Jones, da
Bolsa de Nova York, registrou
baixa de 0,26%.
A Europa também não escapou do pessimismo: em Londres, a queda foi de 1,03%; a
Bolsa de Frankfurt perdeu
1,15%; em Paris, a baixa ficou
em 1,10%.
O PPI (índice de preços ao
produtor americano) caiu 1,3%
em setembro. Mas o seu núcleo, que exclui a variação de
preços de alimentos e energia,
itens considerados voláteis, registrou uma alta de 0,6% -acima do esperado. E foi o que acabou por preocupar o mercado.
Os analistas projetavam que
o núcleo do PPI tivesse uma
elevação em torno de 0,2%.
"O núcleo do PPI veio muito
acima das expectativas, gerando um estresse no mercado financeiro. As atenções se voltam agora à divulgação do núcleo do CPI [o índice de preços
ao consumidor norte-americano]", avalia a UpTrend Consultoria Econômica.
Na manhã de hoje será conhecido o CPI. Se o indicador
ou seu núcleo forem recebidos
de forma negativa, o mercado
global poderá ter um dia pior
do que o de ontem.
Juros
A alta do núcleo do índice de
preços ao produtor acima do
desejado esfriou as expectativas de parcela do mercado que
contava com a possibilidade de
o Fed (o banco central dos Estados Unidos) reduzir os juros
básicos do país, que estão em
5,25%, ainda em 2006.
O processo de elevação dos
juros americanos passou a prejudicar a Bolsa de Valores de
São Paulo em meados de maio.
Entre aquele mês e agosto, a
Bolsa perdeu líquidos R$ 5,6 bilhões em capital externo.
Neste mês, o saldo dos negócios estrangeiros na Bolsa paulista está positivo, em R$ 516
milhões, até o dia 10.
Para que esse cenário de entrada de recursos na Bolsa não
se altere, é importante que os
juros não voltem a subir nos
Estados Unidos.
Real forte
Apesar do dia ruim, o real se
manteve apreciado. A ligeira
queda da moeda nacional ontem não alterou o panorama do
mês -no período, o dólar tem
queda de 1,80%.
Ontem o dólar encerrou as
operações vendido a R$ 2,132.
-com uma pequena elevação
de 0,09%.
"O câmbio não mexeu muito
com as notícias de inflação nos
EUA", afirma João Medeiros,
diretor da corretora Pionner.
"Enquanto os juros não caírem
de forma expressiva no Brasil, a
realidade do câmbio não vai se
alterar", diz Medeiros.
Hoje o Copom (Comitê de
Política Monetária) anuncia a
nova taxa básica de juros. A expectativa predominante no
mercado é a de que a taxa Selic
seja reduzida de 14,25% para
13,75% anuais.
Analistas explicam que o dólar deixará o atual patamar apenas se houver turbulências
realmente fortes no cenário externo, como ocorreu em meados de maio e junho.
A última pesquisa semanal
feita pelo Banco Central com
cerca de cem instituições financeiras, divulgada na segunda-feira, mostrou que a projeção média para o dólar no fim
de 2006 é de R$ 2,18 -ou 2,25%
acima do nível atual.
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